Pescadores de pirarucu recebem capacitação para rastreabilidade e valorização do pescado
Projeto incentiva inovação e boas práticas no manejo sustentável na RDS Mamirauá
Mais de 100 pessoas envolvidas na cadeia produtiva do pirarucu da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, no Amazonas, foram beneficiadas com cursos voltados ao aprimoramento do manejo sustentável do pescado. As atividades foram promovidas ao longo de 2024 pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), no âmbito do projeto “Sistema de rastreabilidade: inovação e inteligência de mercado na cadeia produtiva do pirarucu da RDS Mamirauá”.
O objetivo do projeto é desenvolver tecnologias para rastreabilidade da origem do pescado, promovendo inovação na gestão e comercialização, garantindo transparência e valorização do produto.
A iniciativa, idealizada pela FAS, recebeu recursos da Positivo Tecnologia via Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam).
O projeto beneficia 56 manejadores e 45 famílias em três comunidades da RDS Mamirauá: Mangueira, Catite e Jussara. A ação tem quatro pilares: fortalecimento da infraestrutura produtiva, avanço tecnológico, fomento à economia local e inovação comercial.
Os cursos oferecidos abordaram boas práticas de manejo, incluindo pré-beneficiamento, beneficiamento, monitoramento e contagem de lagos. Essas capacitações são essenciais para organizar a retirada dos peixes dos lagos e sua distribuição para beneficiamento, contribuindo para a digitalização do rastreamento e a modernização do setor.
A iniciativa prevê o desenvolvimento de um aplicativo para registro e armazenamento seguro de dados, permitindo rastreamento via blockchain. Assim, os manejadores poderão registrar a pesca e os consumidores terão acesso a todas as etapas do processo, garantindo qualidade e procedência do produto.
Wildney Mourão, gerente do Programa de Empreendedorismo da FAS, destacou os impactos do projeto: “Ele aumentará a transparência nas operações, permitindo rastreamento completo da cadeia produtiva e garantindo segurança alimentar. Além disso, fortalecerá a estratégia de valorização da origem e procedência do pescado.”
Antônia da Silva Fernandes, vice-presidente do setor Macopani e participante dos cursos, reforçou a importância do projeto para as comunidades. “Vamos poder vender um peixe de qualidade a um preço justo. Hoje, vendemos com valores muito baixos, e essa valorização será essencial para nosso sustento”, afirmou.
Para 2025, estão previstas novas ações, como workshop de tecnologia, plano de negócios, criação de um e-commerce, construção de um flutuante e reforma da unidade de beneficiamento do pescado em Fonte Boa (a 864 km de Manaus), que busca a certificação do Selo de Inspeção Estadual (SIE), garantindo segurança sanitária e ampliação do mercado.
Fotos: FAS/Divulgação