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Amazonas lança projeto-piloto de cultivo do curauá para produção de fibra, em Itacoatiara

Objetivo é utilizar as fibras da planta para atender o setor industrial e gerar emprego e renda na região. Folhas secas de curauá têm amplo uso, de peças para carros até roupas e medicamentos

 Em ação inédita no Amazonas, o governo estadual lançou o projeto-piloto da produção de fibras do curauá. O projeto experimental de implantação ocorreu na Comunidade Santo Antônio de Caxinauá, Distrito de Novo Remanso, situado em Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus).

O objetivo do projeto-piloto é identificar dados técnicos e científicos da produção de fibras do curauá, para ser utilizada no setor industrial, visando atender o mercado de materiais plásticos utilizados em indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM), e consequentemente, gerando emprego e renda aos agricultores da região que trabalham na produção da cultura.

De acordo com a chefe de departamento de Política Agrícola, Pecuária e Florestal da Sepror, Waldélia Garcia, o governo do Amazonas vem incentivando os produtores rurais da região, e agora com a produção do curauá, podem ter mais uma alternativa econômica.

“Estamos apoiando essa pesquisa e vai ser um grande avanço, porque vai ser uma fibra produzida aqui na Amazônia sem aquelas condições insalubres de outras fibras que a gente vai poder utilizar na indústria reduzindo o percentual de plástico em vários produtos”, ressalta Waldélia.

Para a secretária Executiva-Adjunta de Relações Institucionais da Sedecti, Tayana Rubim, a produção do curauá pode se tornar mais uma alternativa econômica para o estado.

“Esse que é um projeto-piloto que está sendo incentivado pela Tutiplast, que é uma indústria amazonense implantada no nosso polo industrial de Manaus e também de uma pesquisa desenvolvida dentro do nosso Centro de Bionegócios da Amazônia, o CBA”, afirma Tayana.

Sobre o curauá

O curauá é uma planta nativa da Amazônia, da mesma família do abacaxi, lembra o sisal na aparência. Mas a semelhança pára por aí. Muito macia ao tato, tem como principal característica uma grande resistência mecânica que lhe dá, mesmo com uma espessura reduzida, capacidade de suportar tensões elevadas.

As fibras que são extraídas de suas folhas são utilizadas em produções do setor automobilístico, indústria têxtil, setor agrícola e construção civil, setor de telefonia e computadores e entre outros.

“A fibra do curauá é um produto em que nós acreditamos. Como a nossa região tem um potencial agrícola imenso, como todos conhecem, o Novo Remanso é onde fica localizada uma da maiores produções da fruticultura, a gente também acredita no projeto do curauá, que vai agregar valor para as famílias da região e dos produtores rurais”, disse o líder da Comunidade Santo Antônio de Caxinauá, e produtor rural Claudimar Mendonça.

Projeto-piloto

O projeto piloto é coordenado pela Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), em conjunto com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti);  Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável (Idam); Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA); e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa); entre outras empresas envolvidas no desenvolvimento da cultura do curauá, como a Unifruti, Compol e Tutiplast.

Fotos: Emerson Martins/Sepror

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