Diversidade de ecossistemas impactam a forma de cultivo de alimentos no Amazonas, aponta especialista
Enquanto, na terra firma é necessário a correção de acidez do solo, as áreas de várzeas são consideradas de alta fertilidade natural. Na várzea, não há necessidade de correção de acidez
A conservação de solos e sua importância está ligada, também, ao produtor rural e a produção agrícola. No Amazonas há vários ecossistemas, dentre os quais, a terra firme, várzea e cerrados. Para cada um desses solos há um planejamento e uma aplicação correta das práticas de conservação.
O técnico da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), doutor Haroldo Cunha Diógenes, explica sobre a exploração dos ecossistemas Terra Firme e Várzea, explorados pela grande maioria dos produtores rurais, devido as características físico-químicas que ambos apresentam.
“Os solos de terra firme são considerados de baixa fertilidade natural e, para se obter uma boa produtividade, é imprescindível que se faça a correção de acidez do solo, tão logo se tenha as informações da análise de solo para se definir o corretor de acidez e a dosagem, sistema de preparo de área, genótipos a serem utilizados, época de semeadura, fertilização com macro e micronutrientes, controle fitossanitário de pragas e enfermidades”, explicou
Já os solos de várzeas são terras localizadas mais próximas dos rios, consideradas de alta fertilidade natural. Na várzea, não há necessidade de correção de acidez.
Segundo ele, os solos de Várzea são considerados de alta fertilidade natural e, nesse sentido, não há necessidade de se fazer a correção de acidez do solo.
“Os macro e nutrientes a serem utilizados são em quantidade pequenas e, nesse sentido o custo de produção é bem inferior ao de Terra Firme. A grande maioria dos produtores rurais utilizam os solos de várzea para a exploração agrícola de ciclo anual, ou seja, as hortaliças, melancia, feijão, arroz e milho, que se apresenta como matéria-prima para a fabricação de ração para aves, suínos e peixes”, disse.
Haroldo ressalta também, que toda e qualquer exploração agrícola de pequeno, médio e grande produtor rural seja exercida através de uma assistência técnica de um profissional da área agronômica com experiencia e competência comprovada.
“A assistência técnica em qualquer exploração agrícola, deve ser feita mediante acompanhamento de profissionais da área agronômica com experiência comprovada em campo. Isto é uma condição indispensável para a exploração agrícola exitosa”, informou.
O produtor rural do Ramal Bons Amigos, Renato Ribeiro, da zona rural de Manaus, fala sobre a importância de todo produtor rural ser assistido por um técnico capacitado para fazer todas as recomendações necessárias, objetivando êxito na produtividade.
“Sem acompanhamento técnico a gente acaba tendo muito mais desperdícios, porque não produzimos de maneira adequada. Nesse caso, o técnico ajuda na orientação, fazendo aquilo que é correto. Se você não tem experiência e nem conhecimento, você tem mais despesas e prejuízos. Ter um técnico responsável como o senhor Haroldo, por exemplo, é ótimo, pois ele nos direciona para o caminho certo”, conta.
O feirante José Luiz Damian, de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus), é um dos produtores atendidos pela equipe técnica da ADS, com foto no aumento da produtividade para comercialização. Hoje ele trabalha com o cultivo de milho, mas no início não sabia que a prática era possível em solo de terra firme. Graças à orientação correta, além de alavancar a produção, ainda passou a economizar com a compra de insumos.
“Agora eu economizo com a adubação. Dr Haroldo me ensinou como fazer a cobertura do solo e hoje tenho mais eficiência, mesmo nesse período de chuva, em que realizo o plantio manual do milho”, disse.
Foto: Divulgação/Secom