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Bolsonaro ignora vozes em defesa da Zona Franca e reduz alíquotas de IPI, tirando competitividade do modelo

Vice-presidente da Câmara, deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM), disse que ajuizará representação junto ao TSE, contra o presidente Jair Bolsonaro pedindo a suspensão dos efeitos do Decreto que reduz as alíquotas de IPI

De nada adiantaram as promessas feitas pela secretaria especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques Consentino, durante a reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS), de que nenhuma medida seria tomada pelo governo federal para prejudicar a Zona Franca de Manaus (ZFM).

O presidente Bolsonaro editou nesta sexta-feira (25/02), um decreto que reduz o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) em até 25% para a maioria dos produtos industrializados no país. O ato foi publicado no final da tarde, em edição extra do “Diário Oficial da União” (DOU).

O decreto foi publicado pegando de surpresa os interlocutores que alimentavam a esperança de que a ZFM fosse preservada. A medida afeta os produtos industrializados que são fabricados na Zona Franca Manaus, reduzindo a vantagem comparativa do Polo Industrial de Manaus.

“É como se o governo federal fosse a Rússia e o Amazonas fosse a Ucrânia”, comparou o deputado Marcelo Ramos (PSD-AM), que prometeu ingressar com representação junto ao TSE, contra o presidente Jair Bolsonaro pedindo a suspensão dos efeitos do Decreto que reduz as alíquotas de IPI.

“O ataque perpetrado por esse decreto que reduz o IPI de todos os produtos industrializados do Brasil, acaba com a Zona Franca de Manaus se não for revertido. O mais grave é que havia um compromisso do ministro Paulo Guedes, confirmado pela secretária Daniella, na reunião do CAS, de deixar de fora os produtos da ZFM. Esse compromisso não foi cumprido e os empregos dos amazonenses estão em risco”, protestou Marcelo Ramos em vídeo distribuído à imprensa.

Também surpreendido, após ter confiado na promessa feita pelo governo federal, o presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, disse que nenhum brasileiro é contra a redução de imposto e, o Amazonas, não é contra a redução do IPI daqueles produtos que não são fabricados no Polo Industrial de Manaus (PIM).

São mais de 500 mil empregos diretos e indiretos gerados pela ZFM, que agora estão ameaçados”, lamentou.

Wilson Périco disse que a saída agora é, classe empresarial e governo do estado do Amazonas buscar junto ao governo federal, uma saída que venha amenizar e corrigir esse desvio e os riscos aos empregados gerados em Manaus.

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