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Amazonas compartilha conhecimento sobre diagnóstico da hanseníase com profissionais do Tocantins

Curso “Baciloscopia em hanseníase”, da Fundação Alfredo da Mata, tem boa avaliação do MS, e expectativa é ampliar para todo o país. Profissionais de Rondônia e Roraima já fizeram a capacitação

Uma nova turma de profissionais da área de saúde está sendo capacitada para em baciloscopia, exame para diagnostico da hanseníase.  Até sexta-feira (25/02), profissionais que atuam na área laboratorial da rede de Saúde do estado de Tocantins participam do curso “Baciloscopia em hanseníase: microscopia e interpretação dos resultados”,

O curso é ofertado na modalidade Ensino a Distância (EaD), com carga horária de 40 horas/aula. A realização é uma parceria entre Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Vigilância das Doenças em Eliminação (CGDE), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

O módulo faz parte da capacitação para profissionais da Atenção Primária de Saúde em estados da região Norte, do projeto Ação para Eliminação da Hanseníase (Apeli). A atividade tem como público-alvo profissionais que atuam na área laboratorial.

As primeiras duas turmas da capacitação em baciloscopia, realizadas em novembro e dezembro de 2021, em Rondônia e Roraima, respectivamente, foram avaliadas positivamente pelo Ministério da Saúde, pela qualidade da ferramenta utilizada, aliada à metodologia inovadora de leitura de lâminas digitalizadas em tela de computador.

A atividade é à distância, com instrutor em Manaus e participantes em seus próprios municípios. Trata-se de uma inovação nesta área, pois comumente o laboratório é o local da atividade, e o microscópio, a ferramenta utilizada para a leitura das lâminas. 

Inédito

Segundo o farmacêutico-bioquímico da Fuham que coordena o curso, Jorge Ewerton Sales, o curso a distância de microscopia e interpretação de resultados em hanseníase é inédito, pois é o primeiro no Brasil a utilizar a tecnologia de lâminas escaneadas (digitalizadas).  

“Tivemos uma fase de testes, ofertando link de acesso à ferramenta para leitura de lâminas aos profissionais de municípios do Amazonas já visitados pelo projeto Apeli, e só faltava um grande projeto como este, para os estados da região Norte para colocar definitivamente o curso em prática”, explica Ewerton.

A ferramenta citada pelo farmacêutico-bioquímico foi desenvolvida pela empresa Controllab, provedora de controle de qualidade laboratorial, que disponibilizou as lâminas digitalizadas em um módulo especialmente criado para esta atividade.

Para Adriana Vieira, analista técnica de serviços da Controllab, participar dessa iniciativa pioneira é enriquecedora. “Colocar a tecnologia que a Controllab utiliza no seu serviço, a favor da capacitação dos profissionais da Atenção Primária de Saúde, promove o conhecimento e o aprimoramento das atividades laboratoriais”, conclui a analista.

O projeto Apeli para estados da região Norte é coordenado pelo Ministério da Saúde, por meio da CGDE, tendo a Fuham como responsável pelas capacitações, em parceria com a UEA. O módulo de laboratório é coordenado pelo farmacêutico-bioquímico da Fuham, Jorge Ewerton Sales, com colaboração do consultor do Ministério da Saúde, Alexandre Casimiro de Macedo, além do apoio da empresa Controllab, que disponibilizou as lâminas digitalizadas, com imagens em alta qualidade. 

Com a aceitação e avaliação positiva do curso, a expectativa agora é que o modelo da atividade seja ampliado e utilizado em outras regiões do país, já que permite o treinamento de profissionais à distância e utiliza recursos mais acessíveis.

 Projeto Apeli

Desenvolvido inicialmente pela Fundação Hospitalar Alfredo da Mata, para o estado do Amazonas, as ações de capacitação em hanseníase previstas pelo projeto Apeli foram ampliadas para estados da região norte pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Vigilância das Doenças em Eliminação.  

O objetivo é capacitar os profissionais da atenção primária à saúde na abordagem de todas as temáticas da hanseníase, em especial sobre o diagnóstico precoce e vigilância dos contatos, tratamento, episódios reacionais, prevenção de incapacidades físicas, estigma, discriminação, autocuidado e laboratório.  

Até o momento, cerca de 2 mil profissionais dos estados de Rondônia, Roraima, Pará, Tocantins e Amapá já passaram por capacitações em módulos teóricos, sendo Rondônia, Roraima e agora, Tocantins, os primeiros a participar do quarto e último módulo, voltado para profissionais da área laboratorial.

Foto: Divulgação/Fuham

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