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Amazônia registra novo recorde de desmatamento no mês de janeiro, a maior área desmatada em sete anos

Dados do Inpe chama atenção dos especialistas, levando em conta que o mês é um dos picos da estação chuvosa, o que diminui as chances de queimadas provocadas pela alta temperatura

O desmatamento na Amazônia brasileira registrou um novo recorde para janeiro. De acordo com dados do programa Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cerca de 360 km² de floresta foram destruídos apenas nas três primeiras semanas do mês.

Embora o registro pare em 21 de janeiro, a área desmatada até a data já é a maior em comparação com o mesmo período desde 2015, quando foi iniciado o monitoramento pelo Deter. Em janeiro de 2020, por exemplo, a área destruída foi de 83 km², número quatro vezes menor do que o registrado agora em 2022.

Até o momento, o Mato Grosso foi o Estado com maior área sob alerta de desmatamento: 118 km². Em seguida vieram Rondônia, com 99 km², Pará, com 52 km², e Roraima, com 41 km². Ao mesmo tempo, o Amazonas contabilizou 49 km² sob alerta; Acre, 9 km²; e o Maranhão, 1 km². Tocantins e Amapá não registraram alertas.

Segundo os especialistas, o número chama a atenção porque o mês é um dos picos da estação chuvosa, o que diminui as chances de queimadas provocadas pela alta temperatura. Na última semana, o Observatório do Clima revelou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) gastou apenas 41% de verba para fiscalizações ambientais em 2021.

“Um número tão alto em janeiro, que é o pico da estação chuvosa, certamente chama atenção e nos deixa extremamente preocupados”, disse à AFP Claudio Angelo, da ONG Observatório do Clima. “Precisamos aguardar os próximos meses, mas o sinal não é nada bom”, acrescentou Angelo.

Em novembro, o Inpe anunciou que o desmatamento da Amazônia brasileira havia se estendido a 13.235 km2 entre agosto de 2020 e julho de 2021, um número inédito em 15 anos.

Esse foi o terceiro aumento anual consecutivo desde a chegada ao poder de Bolsonaro, que é alvo de críticas internacionais por ter enfraquecido as políticas de proteção à floresta e por ter promovido a mineração e a exploração agrícola em áreas protegidas.

Foto: Divulgação

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