AMAZONAS

Idam firma parceria com conselho Indígena para fortalecer agricultura familiar no Baixo Amazonas

Parceria envolve a estruturação de um polo da agricultura familiar na escola agrícola São Pedro, administrada pela Diocese de Parintins. Cerca de mil famílias indígenas do rio Andirá serão beneficiadas

Para apoiar a produção de alimentos da agricultura familiar em terras indígenas do Baixo Amazonas, em Maués, Barreirinha e Parintins, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) firmou parceria com o Conselho Geral da Tribo Sateré-Mawé (CGTSM), nesta quinta-feira (16/09), durante a 26ª assembleia geral realizada na aldeia Umirituba, rio Andirá, em Barreirinha (distante 331 quilômetros de Manaus).
O objetivo é proporcionar a segurança alimentar e a geração de renda para cerca de mil famílias indígenas do rio Andirá. A parceria envolve a estruturação de um polo da agricultura familiar na escola agrícola São Pedro, que é organizada pela Diocese de Parintins.

No local, serão trabalhadas cadeias produtivas, como a criação de suínos, avicultura (criação de aves), produtos florestais e fruticultura, estes últimos por meio de Sistemas Agroflorestais.

De acordo com o diretor-presidente do Idam, Valdenor Cardoso, estabelecida a parceria o Idam irá interagir e apoiar essas famílias indígenas. “Vamos apoiar com assistência técnica, organização dos produtores, organização social e produtiva e apoio à comercialização, visando a geração de emprego e renda para as populações indígenas”, destacou.
Escola agrícola

Segundo Valdenor Cardoso, a proposta é apoiar a escola agrícola São Pedro e ajudar no treinamento de alunos em atividades produtivas, a exemplo da avicultura, suinocultura e fruticultura. “Aqui também podemos trabalhar a pecuária de leite e corte em pequenas áreas, dando viabilidade econômica e treinando os indígenas com apoio da Secretaria de Estado de Produção Rural”, disse Cardoso, ao destacar que é determinação do governador Wilson Lima ajudar os que mais precisam, como é o caso das populações indígenas.

“Esse é um fato histórico que aconteceu na assembleia do CGTSM, pois chegamos a Instituições como o Idam e também professores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) com projetos para o fortalecimento na área de agroflorestais. Assinamos hoje mais uma parceria com o Idam para que possamos fortalecer famílias na área de alimentação. Hoje nós estamos trabalhando para gerar alimentos saudáveis em nossa mesa”, comemorou o presidente do CGTSM, Obadias Garcia, de 60 anos.

Produtos

Atualmente, o principal produto cultivado pelos indígenas de Barreirinha é o guaraná, que as famílias diversificam com a produção de farinha de mandioca, banana e cupuaçu.

Segundo Obadias a ideia é comercializar alimentos para merenda escolar. “Estamos nos organizando e tirando a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) para que possamos fornecer, nas escolas, alimentos regionalizados. Hoje, nós temos 120 famílias de agricultores aptos a vender, que já possuem o documento emitido pelo Idam”, disse.

Parceria

Para o professor de sistemas agroflorestais da Ufam, Manuel Lima Júnior, existe uma aptidão muito grande para se plantar e com uma certa diversidade de valor econômico, a exemplo do que eles já plantam como o guaraná, a andiroba, o pau-rosa e agora o cacau, com a implementação do projeto com o Idam.

“A gente acredita que melhorando esse sistema, que é o melhor sistema de uso de terra em áreas tropicais na Amazônia, com os Sistemas Agroflorestais, passamos a trazer mais renda, mais alimento na mesa do índio e das comunidades rurais. E uma diversificação é sempre mais rica, uma vez que você não fica amarrado a um único produto para o comércio”, destacou Manuel, que possui uma experiência há mais de dez anos com o povo sateré-mawé.

A assembleia geral do CGTSM, que encerra nesta sexta-feira (17/09), contou com a participação de órgãos como o Idam, Ufam e Fundação Estadual do Índio (FEI).

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