POLÍTICA

Prisão de ex-assessor de Flavio Bolsonaro repercute entre parlamentares no Congresso Nacional

Vários parlamentares cobraram que Queiroz conte o que sabe sobre o esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro e a eventual relação da família do presidente com milícias no Rio de Janeiro

Os parlamentares de oposição ao presidente da República Jair Bolsonaro se movimenta no Congresso após a prisão de Fabrício Queiroz, policial militar aposentado e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), na manhã desta quinta-feira (18/6). Parlamentares oposicionistas ironizaram o fato de Queiroz ter sido encontrado em imóvel do advogado Frederick Wassef, que defende o senador no caso.

O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defendeu que o episódio dá novos elementos para o pedido de cassação apresentado por ele contra o filho do presidente da República. Ex-aliado de Bolsonaro, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) anunciou o envio de ofícios ao Ministério da Justiça, à Ordem dos Advogados do Brasil, à Procuradoria-Geral da República e ao governo do Rio de Janeiro a fim de garantir proteção para Queiroz, chamado por ele de “bandido”.  “O Estado e a federação têm a obrigação de protegê-lo”, afirmou.

Pelas redes sociais, vários parlamentares cobraram que Queiroz conte o que sabe sobre o esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro e a eventual relação da família do presidente com milícias no Rio de Janeiro.

Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão de maneira considerada “atípica” pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf). A suspeita é de que o policial aposentado, que assessorou o filho do presidente na Alerj, recolhia parte do salário de funcionários do gabinete e repassava o montante a Flávio, cuja evolução patrimonial também é objeto de investigação. Queiroz é amigo de Bolsonaro há mais de 30 anos. Desde o ano passado, ele se recusava a prestar depoimentos. O ex-assessor de Flávio Bolsonaro deve seguir de helicóptero ainda nesta manhã para o Rio.

A prisão dele foi determinada após ação conjunta do Ministério Público de São Paulo e do Rio de Janeiro e da Polícia Civil paulista. Além dele, também são alvos da Operação Anjos outros quatro ex-funcionários de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, contra os quais foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Entre eles, Alessandra Esteves Marins, que ainda trabalha para o senador.

Ela mora em um imóvel que consta da declaração de bens do presidente Jair Bolsonaro entregue à Justiça eleitoral em 2018. A casa está localizada no bairro de Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio. O imóvel também foi vasculhado por agentes policiais. Segundo as investigações, ela repassou cerca de R$ 19 mil a Fabrício Queiroz.

A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a prisão de Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, preso na manhã desta quinta-feira (18/6), em Atibaia, região do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.

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