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Pescadores e vereadores de Manacapuru se reúnem com a Adaf para tratar sobre manejo e abate de jacarés

Em 2019, a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas certificou o primeiro abatedouro de jacaré do estado, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá

Pescadores do município de Manacapuru, na Região Metropolitana de Manaus, arregimentaram apoio político dos vereadores do município para agilizar a implantação de um projeto de manejo e abate de jacaré, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Lago do Piranha. Uma reunião com a Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) já está marcada para o dia 25 de março.

Um grupo de vereadores, acompanhados de representantes da Secretaria Municipal de Pesca de Manacapuru (Sempa) já se reuniram com técnicos da Adaf e da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), para tratar sobre o projeto e buscar informações a respeito da certificação de empreendimentos desse tipo junto à agencia.

Pescadores, vereadores e representantes da Sempa se reuniram com técnicos da Adaf e Sepror, na quarta-feira (16/02), em Manaus

De acordo com o vereador Wanderley Soares Barroso, o empreendimento deve ficar a cargo da Cooperativa do Piranha, que montará a estrutura, em conformidade com os requisitos técnicos exigidos pela legislação em vigor no estado.

Atualmente, o manejo comercial de jacarés no Amazonas está regulamentado pela Resolução nº 08/2011 do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Cemaam), que estabelece procedimentos técnicos para o manejo de jacaré oriundos de Unidades de Conservação de Uso Sustentável do Estado do Amazonas (UCs), e pela Instrução Normativa (IN) nº 001/2011 Sepror, de 29 de junho de 2011, que estabelece normas para o abate e processamento de carne de jacarés oriundas de programas de manejo extrativista em UCs no estado.

Em dezembro de 2019, a Adaf certificou no Serviço de Inspeção Estadual (SIE) o primeiro abatedouro de jacaré do Amazonas. Sediado na Comunidade São Raimundo do Jarauá, em Uarini, (a 565 quilômetros de Manaus), o estabelecimento fica na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, uma Unidade de Conservação (UC) estadual e tem como foco o abate e o beneficiamento de jacarés.

O presidente da Adaf, Alexandre Araújo, confirmou que a autarquia estará presente em reunião para tratar do tema no dia 25 de março, em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus).

“Será uma reunião de planejamento, com a presença de todos os órgãos diretamente envolvidos, onde vamos socializar o que se deve fazer para regularizar o manejo e abate de jacarés”, disse o titular da Adaf.

Alternativa econômica

Para os especialistas, o abate e manejo do jacaré, animal presente em grande quantidade em rios e lagos do interior do Amazonas, pode ser uma fonte de geração de renda sustentável para centenas de famílias ribeirinhas do estado. A carne, apreciada na culinária de parte da região, e o couro, admirado no mercado da moda, podem contribuir para a redução da pressão sobre o desmatamento por ser uma atividade econômica sustentável, e reduzindo a superpopulação do réptil em rios e lagos locais.

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