Empreendedorismo feminino impulsiona equidade de gênero no mercado corporativo
Empresas lideradas por mulheres demonstram que diversidade fortalece inovação e crescimento sustentável
O crescimento da presença feminina no mercado de trabalho tem sido um dos motores da transformação nas organizações. No entanto, apesar dos avanços, a equidade de gênero na alta gestão das empresas ainda é um desafio. De acordo com uma pesquisa da FIA Business School, em 2023, as mulheres ocupavam 38% dos cargos de liderança no Brasil, enquanto na alta gestão esse número caiu para 28%. Já no empreendedorismo, segundo o relatório do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) realizado pelo Sebrae, 34% da população empreendedora do país é composta por mulheres, o que representa cerca de 10,3 milhões de empresárias.
Apesar das barreiras, algumas empresas vêm pavimentando um caminho mais inclusivo e equilibrado. Um exemplo é o Grupo Sabin, fundado em 1984 pelas bioquímicas Janete Vaz e Sandra Soares Costa. A empresa, que começou com apenas três colaboradores, se tornou um dos maiores players do setor de medicina diagnóstica do Brasil e hoje conta com cerca de 7 mil funcionários. O compromisso com a diversidade e a inclusão reflete na composição da equipe: 77% dos funcionários são mulheres e 74% dos cargos de gestão são ocupados por elas.
Para a presidente-executiva do grupo, Lídia Abdalla, a presença feminina na liderança não apenas fortalece as organizações, mas também inspira outras mulheres a ocuparem seus espaços. “Como empresa fundada por mulheres, abraçamos a missão de inspirar, desenvolver e incentivar as mulheres a realizarem seus sonhos e conquistarem seus espaços na sociedade, seja como profissionais, líderes, cidadãs ou empreendedoras”, afirma.
Desafios da equidade racial na liderança
Além do desafio da equidade de gênero, a desigualdade racial ainda é uma barreira no ambiente corporativo. Segundo um levantamento divulgado pelo Pacto Global da ONU no Brasil e pela 99jobs, em 2023, 81% das empresas têm, no máximo, 10% de mulheres negras em cargos de liderança, e 70% dessas profissionais são lideradas por homens. Ainda, 57% das entrevistadas afirmaram que não há mulheres negras na gestão das empresas onde trabalham, e 96% acreditam que o preconceito ainda impede a ascensão feminina a essas posições.
No Grupo Sabin, a equidade racial também é uma prioridade. As mulheres negras representam 44% do quadro de colaboradores e 34% dos cargos de liderança. “Acreditamos que diversidade e inclusão são fatores essenciais para a inovação, a criatividade e a construção de diferentes perspectivas, possibilitando um atendimento mais eficiente às necessidades dos nossos clientes e stakeholders”, destaca a empresa.
Incentivo ao protagonismo feminino
O Sabin tem uma atuação ativa no incentivo à liderança feminina e foi a primeira empresa da América Latina a integrar o Pacto Global da ONU, em 2007. O compromisso com os 7 Princípios de Empoderamento das Mulheres, estabelecidos pela ONU Mulheres, reforça a estratégia da empresa na promoção da equidade de gênero.
Além disso, a empresa apoia diversas iniciativas, como:
Elas Lideram 2030, que reúne 1.500 empresas comprometidas com a equidade de gênero;
Movimento Mulher 360, que incentiva a ampliação da presença feminina no mercado corporativo;
WeConnect, que fomenta o empreendedorismo feminino.
Empresas que investem na liderança feminina não apenas promovem a justiça social, mas também impulsionam melhores resultados financeiros. Segundo um levantamento da Amcham Brasil, organizações que têm mulheres na liderança são melhor avaliadas pelos colaboradores e apresentam maior crescimento sustentável.
Para Lídia Abdalla, a diversidade de gênero é essencial para o desenvolvimento corporativo. “Uma empresa que oferece um ambiente de respeito e igualdade entre homens e mulheres se torna mais inovadora e mais criativa, pois seus profissionais sabem que serão reconhecidos pelo seu talento, sem barreiras na ascensão profissional”, conclui.
O protagonismo feminino no empreendedorismo e na gestão das empresas continua a ser uma peça-chave para o futuro do mercado de trabalho, transformando desafios em oportunidades e promovendo um cenário mais justo e equilibrado para todos.