DESTAQUEMEIO AMBIENTE

Manaus acorda pelo quinto dia consecutivo sob névoa espessa de queimadas no Amazonas

Prefeito de Manaus, David Almeida, decretou situação de emergência na capital e solicitou apoio do governo federal para reforçar as ações de combate às queimadas

Pelo quinto dia consecutivo, Manaus amanheceu nesta quarta-feira (14/8) coberta por uma densa camada de fumaça provocada pelas queimadas que assolam o Amazonas. A capital amazonense enfrenta uma grave crise ambiental, que além de comprometer a qualidade do ar, traz sérias consequências para a saúde pública.

Em resposta à crise, a prefeitura de Manaus e o governo do Amazonas anunciaram uma série de medidas emergenciais para mitigar os impactos das queimadas. Entre as ações, estão a intensificação das fiscalizações e multas mais severas para aqueles que provocam incêndios ilegais. O governo estadual também mobilizou uma força-tarefa composta por bombeiros, agentes do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) e equipes da Defesa Civil para atuar nos municípios mais afetados, como Apuí, Lábrea, e Humaitá, onde o avanço das chamas é mais intenso.

O prefeito de Manaus, David Almeida, decretou situação de emergência na capital e solicitou apoio do governo Federal para reforçar as ações de combate às queimadas. Além disso, foram ativados postos de saúde específicos para atender pacientes com problemas respiratórios agravados pela fumaça, enquanto as escolas públicas receberam orientações para suspender atividades ao ar livre.

Consequências

Especialistas alertam para as graves consequências das queimadas, que além de destruição ambiental, contribuem para o aumento das doenças respiratórias. O médico pneumologista Dr. Ricardo Oliveira enfatiza que a exposição contínua à fumaça pode agravar quadros de asma, bronquite e outras condições respiratórias crônicas, especialmente entre crianças e idosos. “Estamos vivendo um momento crítico, onde o impacto na saúde pode ser irreversível para muitos”, destaca o especialista.

O ambientalista Carlos Pereira também aponta para o risco do aumento da emissão de gases de efeito estufa, que agrava o aquecimento global e afeta diretamente a biodiversidade amazônica. “As queimadas não são apenas um problema local, mas uma questão global, que exige uma resposta rápida e eficiente das autoridades e da sociedade”, afirma Pereira.

Medidas de combate e prevenção

Para combater as queimadas, além das ações emergenciais, o governo do Amazonas está implementando campanhas educativas e de conscientização nas áreas rurais, visando reduzir a prática do uso do fogo na limpeza de pastos e plantações. Parcerias com organizações não governamentais estão sendo formadas para promover técnicas agrícolas sustentáveis e menos dependentes do fogo.

A operação “Fumaça Zero”, lançada pelo governo estadual, promete intensificar as ações de fiscalização aérea e terrestre, com o uso de drones e satélites para monitorar focos de incêndio. A meta é reduzir em 50% o número de queimadas até o final do ano.

Apelo à Conscientização

Enquanto as autoridades atuam no combate às queimadas, os especialistas reforçam a importância da conscientização da população. “Cada um tem um papel a desempenhar na proteção do meio ambiente. Precisamos entender que o uso indiscriminado do fogo traz consequências devastadoras para todos nós”, alerta Carlos Pereira.

A situação em Manaus e nos municípios atingidos é um reflexo da necessidade urgente de políticas públicas eficazes e da mobilização da sociedade para enfrentar um problema que, a cada ano, se torna mais grave e difícil de ser controlado.

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