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Desmatamento na Amazônia em 2022 é o pior da história, aponta Inpe

No acumulado de 2022, as áreas de alerta de desmatamento já somam 8.590 km², área equivalente a três campos de futebol. Para especialistas, o desmatamento na Amazônia caminha para ficar incontrolável

O acumulado de alertas de desmatamento no último mês setembro na Amazônia, de 1.455 km², é o pior da história desde que os alertas começaram a ser feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que começou em 2015.

No acumulado de 2022, as áreas de alerta de desmatamento já somam 8.590 km², um número 4,5% maior do que todos os alertas do ano passado.

O número representa um crescimento de 47,7% em relação a setembro do ano passado e equivale ao tamanho da cidade de São Paulo em área e só perde para o registro de 2019, no primeiro ano do governo Bolsonaro (PL).
Na época, os alertas para setembro chegaram a 1.454 km².

A preocupação dos analistas é a tendência de igualar ou até mesmo superar nos próximos três meses que restam do ano o recorde histórico de 2019, que foi de 9.178 km².

Isso porque a temporada de incêndios na região ocorre entre os meses de junho a outubro, embora fazendeiros, garimpeiros e grileiros estejam atuando na floresta e fazendo queimadas a todo tempo.

O primeiro semestre deste ano teve a maior área da Amazônia Legal sob alerta de desmate em 7 anos.

Um dado que chama a atenção é nos primeiros meses do ano, janeiro e fevereiro de 2022, houve o registro de recordes de desmatamento no Brasil, algo incomum, visto que estes são meses chuvosos na maioria dos estados que englobam o bioma amazônico, e as taxas de desmatamento são tipicamente menores durante esse período.

Os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe. Os dados são diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter.

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