Madrugando, torcedores levam animação da fila até as arquibancadas do Bumbódromo
Item 19 do Festival Folclórico, demonstra seu amor pelos bumbás Caprichoso e Garantido supera sol, chuva e cansaço em Parintins. Neste domingo (26/6), os portões da galera abrem às 15h.
Passando o dia, a noite e a madrugada na fila em busca do melhor lugar para assistir ao 55º Festival Folclórico de Parintins, a galera é protagonista. Nos três dias de festa, mais de seis mil pessoas acompanham gratuitamente, da arquibancada, as apresentações dos bois Caprichoso e Garantido.
O item 19, como é conhecida a torcida dos bumbás, enfrenta o sol, chuva, o cansaço, mas quando sobem para a arquibancada, a energia é renovada em busca da nota máxima dos jurados.
A parintinense Christiane Ferreira chegou na manhã da última quarta-feira (22/06), dormiu na fila para ser a primeira a entrar na arena do Bumbódromo.
“A emoção é muito grande porque a gente está esperando há dois anos. O Caprichoso chegou grandioso e foi isso o que ele mostrou pra gente na arena. A gente só faz retribuir”, afirma a primeira da fila azulada.
Do outro lado, na espera vermelha, estava a manauara Karen dos Santos. Para ocupar o primeiro lugar da fila, ela conta que há três dias só deixa a fila para higiene pessoal, enfrenta calor, chuva e cansaço pelo bumbá do coração.
“O amor que eu tenho pelo Garantido é inexplicável. Ele é minha energia, minha força e tudo isso é amor a ele. Vem de berço, está no sangue. Eu faço tudo isso novamente por ele”, disse Karen Santos.
A energia de rever o Festival é tão grande que Ana Paula Martins relata que não sente cansaço, apenas amor pelo boi vermelho e branco.
“É muita emoção, só amor mesmo pelo Garantido. Estou arrepiada, só em falar do Garantido dá aquela emoção. Vim em homenagem ao meu pai, eu perdi ele, isso é uma homenagem pra ele também, porque se ele estivesse vivo com certeza ele estaria aqui na fila também”, declarou a torcedora do boi do povão.
A paixão pelo boi-bumbá não tem idade. Aos 65 anos, a carioca Lourdes assistiu o boi Caprichoso, pela primeira vez, em 1995. Segundo ela, a energia para subir e agitar a arquibancada continua viva, mesmo após dois anos sem Festival.
“Dois anos sem boi e todo mundo sabia que o espetáculo desse ano ia ser tudo, ainda mais o meu boi. Tenho muito amor pelo meu boi. E me deu mais energia pra eu vir agora”, finaliza a torcedora azul e branco.
Fotos: Andreza Jorge/Valor e Michael Dantas/SEC