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Documentário traz relatos de mestres da cultura popular que contribuíram com a história do Festival Folclórico de Parintins

Projeto “Mestres da Toada”, foi contemplado no prêmio Amazonas Criativo, por meio da Lei Aldir Blanc, com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas e a Prefeitura de Parintins

Em mais de 50 anos, o Festival Folclórico de Parintins teve a contribuição de várias pessoas, que fizeram com que a festa se tornasse uma das maiores manifestações culturais do Brasil. Pensando nisso, o músico Edson Azevedo teve a ideia de gravar um documentário com histórias de artistas que traduziram mitos, tradições e costumes da Amazônia por meio da toada, gênero musical que rege as apresentações de Caprichoso e Garantido.

O projeto, intitulado “Mestres da Toada”, foi contemplado no prêmio Amazonas Criativo, por meio da Lei Aldir Blanc, com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC), e a Prefeitura de Parintins.

Mestre Edson explica que o projeto é a primeira iniciativa de registrar a importância dos mestres da cultura do boi bumbá. O documentário propõe contar a trajetória da toada por meio das vivências dos componentes do grupo Toada de Roda, de Parintins.

“A ideia desse projeto surgiu há muito tempo, conversando com meu filho Glaedson Azevedo. Ele se interessou em saber da minha trajetória no festival e me perguntava muitas coisas. Junto com a Irian Butel, que é historiadora, debatamos sobre o projeto e firmamos o nome “Mestres da Toada”. O objetivo maior é deixar registrado a história de cada um dos toadeiros entrevistados”, disse.

Irian Butel reforça a importância de enfatizar a trajetória dos mestres da toada. “Mestre é a pessoa que guarda em si saberes e fazeres de uma determinada cultura. Quando discutimos sobre o projeto, identificamos a invisibilidade dos agentes culturais afastados ou esquecidos no processo de construção do espetáculo do Festival de Parintins”, detalha.

Entrevistas

Oito artistas foram entrevistados para o documentário “Mestres da Toada”, entre eles Raimundo Azevedo, popularmente conhecido como “Rei”, do Boi Caprichoso, responsável por introduzir a chamada e o berrante para o personagem amo do boi, e JP Galeto, filho de Porrotó e neto de Lindolfo Monteverde, fundador do Boi Garantido, mestre que mantém o som do atabaque presente nas toadas de boi bumbá.

“O documentário estará disponível nas redes sociais. Eu não tenho dúvidas que as pessoas terão uma experiência incrível, afinal, terá muitas histórias e conhecimento a respeito do festival, do Boi Caprichoso e do Boi Garantido”, finaliza Edson Azevedo, que também será um dos entrevistados no projeto.

Conceito

Além de ser um gênero musical que rege a brincadeira do boi bumbá, a toada é, ao mesmo tempo, um lugar de memória, um sustentáculo de pontes entre identidades. Um alicerce de pertencimento de um grupo social, que tem em sua tradição oral a força da cultura.

A toada se constitui no formato imaterial dos conceitos patrimoniais ao mesmo tempo que é uma construção artística do segmento musical.

Fotos: Arleison Cruz

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