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Estudo da USP aponta que 51% dos pacientes apresentam declínio da memória após internação por covid-19

Pesquisadores avaliaram 425 pacientes entre seis e nove meses após a alta hospitalar e identificaram níveis elevados de déficits cognitivos e transtornos como ansiedade e depressão

Em estudo feito com 425 pacientes que se recuperaram das formas moderada e grave da covid-19, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) observaram uma alta prevalência de déficits cognitivos e transtornos psiquiátricos. As avaliações foram conduzidas no Hospital das Clínicas entre seis e nove meses após a alta hospitalar.

Mais da metade (51,1%) dos participantes relatou ter percebido declínio da memória após a infecção e outros 13,6% desenvolveram transtorno de estresse pós-traumático. O transtorno de ansiedade generalizada foi diagnosticado em 15,5% dos voluntários, sendo que em 8,14% deles o problema surgiu após a doença. Já o diagnóstico de depressão foi estabelecido para 8% dos pacientes – em 2,5% deles somente após a internação.

Segundo Fernando Gomes, o estudo pioneiro pode ser considerado robusto e demonstra que o vírus Sars-CoV-2 pode causar alterações neuropsiquiátricas, com uma predisposição para atingir o sistema nervoso central. “Existe uma preocupação consistente depois que o paciente teve um quadro grave de Covid-19 e necessitou de tratamento. ”

“Ele sobreviveu à questão da infecção propriamente dita, mas, na verdade, tem um trabalho lá na frente para ser desenvolvido, tanto pela neurologia quanto pela psiquiatria, no intuito de reabilitar esse paciente e devolvê-lo para um estado de melhor condição de vida”, confirmou.

Foto: Divulgação

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