SAÚDE

Em pleno outubro rosa, mais de 750 mulheres curadas de câncer de mama recebem alta da FCecon

Altas são dadas pelo serviço de Mastologia às pacientes após cinco anos, caso estejam clinicamente estáveis, com exames normais e sem tomar medicamentos

Mais de 751 mulheres receberam altas médicas de câncer de mama, entre os anos de 2018 e 2021, dadas pelo serviço de Mastologia da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). Em 2021, no primeiro semestre, foram 72 altas médicas concedidas por mastologistas do serviço.

O sentimento é de gratidão para quem recebe a boa notícia. É o que conta a professora aposentada Tereza Cristina Pereira Tavares, de 58 anos, que descobriu o caroço no seio direito ao realizar o autoexame.

“O sentimento ao tocar o Sino Dourado – após receber a alta – é de gratidão a Deus. Foram seis anos de tratamento terapêutico. Aconselho todas as mulheres a realizarem o autoexame. Ao sentir o caroço no seio, deve-se procurar um médico para realizar a mamografia”, diz.

Conforme o diretor-presidente da Fundação Cecon, mastologista Gerson Mourão, a direção do hospital assumiu o compromisso de realizar melhorias para diminuir o número de casos de câncer de mama no Amazonas e elevar o número de altas.

“Reduzimos o tempo de espera para a cirurgia de 90 para 30 a 40 dias, o que foi possível com o Serviço de Navegação da Mastologia, e a melhoria no fluxo de atendimento ambulatorial”, destaca.

Tratamento – O tratamento oncológico, segundo Mourão, dura em média um ano, sendo influenciado pelo estado geral da paciente, estadiamento do tumor e como a paciente enfrentará as complicações e efeitos colaterais. Ele frisa que o serviço de Mastologia, inicialmente, indica o tratamento segundo critérios clínicos, que pode ser cirurgia ou quimioterapia.

“O médico faz a avaliação após a cirurgia a cada três e/ou seis meses, dependendo do caso. Depois, é a cada seis meses nos dois primeiros anos, e anual no terceiro e quarto anos. Após cinco anos, a paciente é avaliada em sua totalidade. São feitos exames clínicos, laboratoriais e de imagem para verificar se o tumor retornou. Ela (paciente) recebe alta caso não esteja tomando medicamento, clinicamente estável e com exames normais”, esclarece Mourão.

Cura – Segundo a gerente do serviço de Mastologia, mastologista Hilka Espírito Santo, 70% das mulheres que iniciam o tratamento contra o câncer de mama obtêm a cura após os cinco anos. Ela informa que 30% das pacientes, dependendo do tamanho e tipo do tumor, podem apresentar recidivas – retorno do tumor. “Todavia, após esse período, as chances de cura aumentam muito, e o tratamento garante uma enorme possibilidade de cura”, explica.

Iniciativa – Hilka Espírito Santo lembra que, durante a segunda onda de Covid-19, para garantir o tratamento e a possibilidade de cura, o serviço de Mastologia encaminhou 22 mulheres para realizar cirurgias no Hospital de Câncer 3, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Rio de Janeiro (RJ). Ela destaca que o envio foi uma parceria entre a Força Aérea Brasileira (FAB), Governo do Estado, SES-AM, FCecon, Governo Federal e Inca.

“Tínhamos procedimentos cirúrgicos agendados, então as mulheres não podiam esperar o fim da pandemia. As pacientes tinham realizado quimioterapia neoadjuvante para diminuir o tamanho do caroço e, assim, termos um tempo mínimo e máximo para a cirurgia após a quimioterapia. Não paramos para garantir o tratamento oncológico a todas as mulheres”, pondera Hilka.  

Médica mastologista, Hilka Espírito Santo

FOTOS: Laís Pompeu/FCecon

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