SEGURANÇA

Familiares de pessoas desaparecidas no Amazonas coletam material genético durante campanha nacional

Campanha proposta pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, mas, a coleta do material genético será permanente no Instituto de Criminalística (IC), mediante agendamento, em Manaus

Cinquenta e sete famílias de pessoas desaparecidas, no estado do Amazonas, realizaram a coleta de material genético para ser comparado ao DNA de mais de 4 mil pessoas que morreram e não foram identificadas, em todo país. As informações vão para a rede integrada do Banco de Perfis Genéticos da Secretaria Nacional de Segurança Pública, que faz os cruzamentos. As famílias não têm que pagar nada.

A coleta do material foi feita pelos técnicos do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), entre segunda (14/06) e a sexta-feira (18/06), durante a campanha nacional proposta pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em alusão ao Dia Internacional da Criança Desaparecida.
Apesar do encerramento da campanha, a coleta do material genético, realizada pelo laboratório de genética forense, será permanente no Instituto de Criminalística (IC). O agendamento para a realização deve ser feito através do número (92) 98416-1122. O atendimento no laboratório funciona das 8h às 17h.

No local, foram recebidas 24 famílias, especialmente genitores de pessoas desaparecidas. De acordo com a gerente do laboratório de genética forense, perita Daniela Koshikene, a partir do momento da coleta de material biológico dos familiares, o Instituto oferece um prazo de até 30 dias para obtenção do perfil genético.

“É realizada a primeira busca e, caso não seja encontrada a pessoa desaparecida, tanto no banco estadual do Amazonas, como no banco nacional de perfis genéticos, comparando-se com os demais estados do país, essa busca é realizada de forma permanente até que a pessoa desaparecida seja encontrada. Enquanto não for encontrada, a busca no banco continua sendo realizada”, explicou Koshikene.

Cadastro para coleta de DNA

Terezinha Gregório, 66, tia de Isaías Soares da Silva, 24, que desapareceu em dezembro de 2019, conta que a campanha veio como símbolo de esperança. “Meu sobrinho é um menino com deficiência, mas é muito inteligente. Em 2019, ele desapareceu e desde então nós estamos lutando para encontrá-lo. Eu sou muito grata por essa campanha, porque é uma forma de tranquilizar o nosso coração com respostas”, disse Terezinha.

O pai de Isaías, Francisco Silva, 59, que realizou a coleta, ressalta que procurou vários órgãos para encontrar o filho e não teve sucesso. “Eu fiz o boletim de ocorrência, procurei em hospitais, nas ruas e abrigos e não encontrei meu filho. Fiquei muito feliz com essa campanha, tenho certeza que vai ajudar muitas famílias assim como está ajudando a minha”, ressaltou.

Registro – O Boletim de Ocorrência de desaparecidos pode ser feito em qualquer delegacia. Em Manaus, casos envolvendo crianças e adolescentes são investigados pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) e, preferencialmente, devem ser registrados na DEPCA.

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