SEGURANÇA

Coletânea traz pesquisa de entomólogos e perito do AM sobre uso de insetos na resolução de crimes

O trabalho é direcionado a estudantes, pesquisadores e, principalmente, aos peritos criminais que atuam na coleta de vestígios em cenas de crimes. A base para a elaboração do capítulo veio de casos reais registrados em Manaus.

Insetos são utilizados na perícia para estimar a data provável da morte de pessoas vítimas de violência. Experiências nesse sentido no Amazonas, assim como, técnicas de coleta de insetos em locais de crime, basearam o trabalho do perito criminal Eduardo Rodrigues de Souza e estão detalhadas na coletânea acadêmica “Entomologia Forense na Prática – Do Laboratório à Utilização do Vestígio”, lançada em abril deste ano, pela Editora Millennium.

Em conjunto com os pesquisadores Janyra Costa, Francisco Felipe Xavier, José Albertino Rafael e Alexandre Ururahy, o perito Eduardo de Souza elaborou o capítulo “Procedimento Operacional Padrão para Coleta de Vestígios Entomológicos para Análises Periciais”.

De acordo com Souza, o trabalho é direcionado a estudantes, pesquisadores e, principalmente, aos peritos criminais que atuam na coleta de vestígios em cenas de crimes. A base para a elaboração do capítulo veio de casos reais registrados em Manaus.

“No desenvolvimento do capítulo, retrataram-se casos práticos que ocorreram em locais de crime em Manaus, em que cadáveres foram encontrados em avançado estado de decomposição e não havia informações sobre o tempo da morte”.

O perito relembra o caso da morte de um indígena, que estava desaparecido e cujo corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição. Na ocasião, determinou-se o intervalo pós-morte, no qual foi possível definir o tempo de desaparecimento da vítima e a circunstância em que a morte ocorreu. Nesse caso, tratava-se de um suicídio.

Segundo o perito criminal do Amazonas, o caso em questão se mostrou relevante para a ciência forense e já havia sido enfocado em um artigo científico publicado em 2014. Foi o primeiro caso pericial a utilizar a entomologia forense para determinar o tempo da morte de uma vítima no estado do Amazonas. A partir dessa experiência, surgiu o convite para participar da coletânea.

“O convite para participar da elaboração do livro surgiu em meados de 2014, a partir da experiência em coleta e análise de vestígios entomológicos em cenas de crimes ocorridos em Manaus, conhecimento adquirido em um curso de Entomologia Forense ministrado pela perita criminal e pesquisadora doutora Janyra Costa e pelo doutor Alexandre Ururahy”, ressalta o perito.

Obra – Com oito capítulos, a coletânea acadêmica reúne a experiência e os estudos científicos de peritos e pesquisadores da área de entomologia forense e aborda de forma didática e objetiva assuntos que identificam os insetos importantes para a perícia criminal, independente do ambiente do crime. É possível descobrir como, na prática, o material é coletado, manuseado ao laboratório, processado e quais os tipos de análise que podem ser feitas para determinar o tempo-morte.

O livro é voltado a peritos criminais, pesquisadores, profissionais e estudantes interessados no campo de pesquisa. Organizado por Claudemir Rodrigues Dias Filho e Pablo Abdon da Costa Frances, “Entomologia Forense na Prática – Do Laboratório à Utilização do Vestígio” está disponível para venda na internet, pelo site da editora Millennium (www.millenniumeditora.com.br).

Sobre o autor – O perito Eduardo Rodrigues de Souza formou-se, em 2005, em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É mestre em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e especialista em Segurança Pública e Perícia Criminal.

Perito Criminal desde 2011, Souza atua no setor de Crimes contra a Vida e Patrimônio do Instituto de Criminalística do Amazonas.

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