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Internet: Para o bem ou para o mal?

Por Antônio Siemsen Munhoz

Uma definição simples: é possível?

Você já sabe que é a Internet. Simplesmente, e ao mesmo tempo enormemente, uma plataforma de comunicação. Elemento sustentado pela maior e única rede de alcance planetário (enquanto não conhecermos outros planetas com vida ativa). Não é somente uma rede, mas a maior delas já criada para gáudio de muitas pessoas e com mesma amplitude de medo para outras tantas.

Adiantando um passo

Na medida em que ela representa um fenômeno social, muitos gostam de enxergar o conceito simples oferecido nos parágrafos anteriores, de uma forma ampliada, considerando que com seu surgimento, desponta uma nova cultura. Há pessoas que gostam de ampliar esta visão, considerando que seu surgimento traz consigo novos espaços que reunidos são denominados Cibercultura, localizada de forma ignorada em qualquer lugar: o ciberespaço, formado pela soma das grandes redes sociais, replicando tudo o que ocorre em ambientes similares. Ela, assim, pode ser considerada como a soma de todos os elementos interconectados e em cuja localidade, como nos afirma Anthony Giddens[1], são efetivados diferentes tipos de encontros, denominados encontros sem rosto e que são mantidos em confiança em pessoas com as quais nunca nos relacionamos.

Não tente medir o seu tamanho

Aqueles que tentaram mensurar seu tamanho, continuam até hoje no país do faz de conta, como sempre distantes de qualquer tipo de realidade palpável. Ela soma seu crescimento de forma exponencial, tal e qual uma progressão geométrica a acaba por comportar bilhões de páginas, com os mais variegados painéis coloridos, contendo publicações sobre aquilo tudo o que se possa imaginar capaz a imaginação humana. Nos dias atuais crescem todos os números que representam situações quantitativas seja sobre que assunto for. E agora que trabalha com um dos sete pecados capitais (a avareza), o último na lista, mas nem por isso mesmo o menos importante. Em tempos de pandemia a palavra interconectado assume importância ímpar e tudo, ou quase tudo que é feito, envolve uma das múltiplas facetas da cibercultura. Estamos caminhando para o mundo dos aplicativos, da IoT – a internet das coisas e (deus nos livre por enquanto) de utilizar a inteligência artificial em toda sua capacidade, inclusive aquela que retira do ser humano todo o trabalho físico.

Humanos  e humanoides unidos

Humanos e humanoides unidos vão pensar sabe-se mais lá o que, nos deixando imaginar (somente isto por enquanto) o uma nova situação de produtividade desenvolvida com as astronômicas velocidades que acabam por dar vida curta a tudo o que circula na grande rede. O utilitarismo acabará por ganhar um aliado. Aprender: somente o que for estritamente necessário. Assim deverá ser em uma nova cultura, onde em novos e desconhecidos locais serão desenvolvidos negócios e estudos, unidos com a diversão em direção ao edutainment e ao entertainment para desenvolvimento de trabalhos acadêmicos. Estes serão os principais motivadores do uso extensivo da grande rede, nos próximos anos.

O que pode sair daí?

Com esta visão parece que se confirma que há algo de podre no reino da Dinamarca. Ou seja, que tudo não está bem como parece. Spam, Bullying, FAKE News e outros siglas e abreviaturas, não se mostram abertamente, elas existem escondidas nas sombras fazendo com que gabinetes do ódio proliferem. Se entrega ao ser humano uma potente ferramenta que lhe dá a capacidade de destruição ao pressionar de uma tecla. Tal possibilidade sempre trouxe tanto ou maior medo do que o uso do conhecido telefone vermelho do Kremlin já substituído por Obama[2]. As coisas não param por aí quando este poder, antes prerrogativa do poder militar é entregue a cada um de nós mortais, que carregamos em nosso DNA, todas as falhas acumuladas pelas diversas gerações, que se sabe lá quando começou e se sabe lá quando vai terminar. Vivenciamos a guerra dos browsers amedrontados por todo o poder que este fato pode dar para pessoas que pouca ou nenhuma condição têm de arcar com tal responsabilidade. Esta máquina representa o maior  poder de busca e localização utilizada por todas as pessoas, em todo o mundo. É preciso acordar deste sonho / pesadelo e lutar para que a Tecnocracia venha a se estabelecer neste mundo enfraquecido.


[1] Sociólogo inglês autor de diversas obras sobre o ciberespaço e a cibercultura.

[2] Presidente dos Estados Unidos


Antonio Siemsen Munhoz é Doutor em Engenharia de Produção, Bacharel em Engenharia Civil, Especialista em Tecnologias Educacionais, Pós-graduado em Gestão Eletrônica de Documentos, com MBA em Design Thinking

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