MEIO AMBIENTE

Desmatamento em 2020 na Amazônia Legal foi o segundo pior desde 2015, aponta Inpe

Corte nos orçamentos dos órgãos do meio ambiente nos últimos dois anos, coincidem com aumento do desmatamento e queimadas, alertam ambientalistas

Após sucessivos cortes no orçamento do governo federal para o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ibama e ICMbio nos dois anos do governo Bolsonaro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informa que o ano de 2020 foi o segundo pior em desmatamento da Amazônia Legal desde 2015, com um total de 8.426 K², equivalente a um aumento de 14% de desmatamento nessa área em comparação a 2019.

Os dados estão baseados nos alertas feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Formada por oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão, a Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro.
A redução no orçamento do MMA e órgãos associados foi denunciada pelo Greenpeace no final do ano passado. De 2019 para 2020, a redução no orçamento das despesas discricionárias do Ibama foi de R$112 milhões (30,4%), de R$97 milhões no ICMBio (32,7%) e de R$33 milhões (32,7%) para o MMA – administração direta.

E o cenário mais preocupante é Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) que estabelece cortes mais acentuados, cujo resultado pode afetar mais ainda a capacidade do país de combater o desmatamento e as queimadas, alerta a organização não-governamental (ONG).

PIOR CENÁRIO

Em novembro do ano passado, o site Observatório do Clima já havia apontado o crescimento de 70% do desmatamento se comparados os anos de 2009 a 2018, uma média de 6.500 km2 por ano.

Os dois anos do governo Bolsonaro consolidam o pior cenário de alertas detectado pelo sistema na região amazônica, afirmou o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, em entrevista à imprensa, indicando os números que refletem as políticas de destruição ambiental do atual governo.

Em julho do ano passado, a Amazônia Legal já havia tido o registro do maior índice de alertas de desmatamento, número que aumentou nos dois meses seguintes.

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