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Embrapa fortalece pesquisas para oferecer opções de grãos e pulses aos produtores de Rondônia

Para a safra de verão, foram instalados ensaios de soja com nove cultivares convencionais, e quatro transgênicas, assim como outras promissoras e que estão em avaliações pela pesquisa

Praticamente todos os ensaios da safra de verão estão instalados, como a soja e o arroz. Em breve, as áreas de sorgo devem ser implantadas, já que é cultivado na interface entre a safra de verão e a safrinha, ou segunda safra. A afirmação é do pesquisador Vicente Godinho, para ilustrar que as atividades no campo experimental da Embrapa Rondônia em Vilhena estão em pleno vapor para a safra 2020/2021.

“Nosso objetivo é oferecer novos materiais da Embrapa que atendam às necessidades dos produtores de Rondônia e região, como soja, arroz, milho, sorgo, girassol, algodão, pulses e algumas forrageiras de interesse de uso como planta de cobertura”, explica Vicente Godinho.

No campo de Vilhena estão sendo avaliadas cinco linhagens de soja convencionais e seis transgênicas

O pesquisador lembra que a safra 2020/2021 sofreu atraso no plantio, em função da demora no início das chuvas e de sua irregularidade em todo o estado, mas, mesmo com esse problema no início do plantio, que já era para ter sido encerrado em Rondônia, ainda tem muitos produtores finalizando esta etapa à espera da chuva, a expectativa é de safra recorde de soja.

Segundo ele, o que pode ficar comprometida é a safra de milho, em função do atraso da safra de soja”, alerta o pesquisador. “Se as chuvas forem normalmente distribuídas até maio, a previsão é de uma boa safra de milho, caso contrário, esta safra deverá ser menor que a dos últimos anos”, afirma.

O engenheiro agrônomo e supervisor do campo de Vilhena, Bruno Lemos, lembra que este campo experimental está situado em uma posição geográfica estratégica, com altitude e condições climáticas adequadas para diversas culturas de grãos para safra e safrinha e também pulses, auxiliando em programas de melhoramento nacional para o lançamento de cultivares. “As pesquisas que são feitas aqui servem para as regiões produtoras de Rondônia e de Mato Grosso, maior produtor de soja e grãos do Brasil”, complementa Bruno Lemos. 

Programa de melhoramento de arroz em Rondônia tem 45 anos e conta com vários parceiros

Melhoramento de soja, arroz e sorgo

A região de Vilhena representa boa parte da área de soja plantada em Rondônia. As pesquisas de melhoramento genético desta cultura são conduzidas pelo pesquisador da Embrapa Soja, Rodrigo Brogin e atendem as necessidades de resultados de desenvolvimento de cultivares para os estados de Rondônia e Mato Grosso. No campo de Vilhena estão sendo avaliadas cinco linhagens de soja convencionais e seis transgênicas, do plantio à colheita, para verificação do rendimento dos materiais e, futuramente, podem chegar aos produtores.

O programa de melhoramento de arroz em Rondônia tem 45 anos e conta com parceiros de instituições estaduais, universidades e de outras Unidades da Embrapa. Os trabalhos são de responsabilidade da pesquisadora da Embrapa Rondônia, Marley Utumi, que atua em parceria no projeto Melhor Arroz 3 – Inovações para a sustentabilidade produtiva e excelência da qualidade do arroz brasileiro, liderado pela Embrapa Arroz e Feijão.

A pesquisadora conta que, geograficamente, o arroz está em todo o Brasil e é cultivado, geralmente, de forma irrigada (terras baixas). A Embrapa Rondônia participa há muitos anos dos ensaios de arroz não irrigado (terras altas), que usa apenas a água das chuvas. Este sistema de produção é pouco usado no mundo e exige variedades de alta qualidade para competir com o produto das lavouras irrigadas.

“O trabalho em Vilhena é importante, pois contribui para que os produtores tenham variedades estáveis para uso em alta ou baixa tecnologia, obtenham boa produção e de alta qualidade”, afirma Marley, que comemora o lançamento da cultivar de arroz de terras altas – BRS A502, variedade com alta produtividade, alta qualidade de grão e resistência ao acamamento.

Fotos: Bruno Lemos e Marley Utumi/Divulgação/Embrapa

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