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Pediatra alerta sobre os riscos em utilizar equipamentos de proteção individual em bebês e crianças

Crianças com idades entre 2 e 5 anos, o uso da máscara deve ser sempre supervisionado por um adulto e, os ricos benefícios da sua utilização, devem sem avaliados pelo adulto responsável

Ana Celia Ossame

É preciso ter cautela na utilização de máscaras e protetores faciais (faceshield) em crianças até os dois anos de idade, afirma a pediatra Luciana Gonçalves Siqueira, reforçando alerta do Ministério da Saúde para mães e pais porque, para bebês e crianças, o uso inapropriado de barreiras faciais oferece risco de asfixia, estrangulamento e morte por engasgo – já que um bebê não tem capacidade motora para retirar a proteção em caso de refluxo.

Outro ponto de alerta sobre o uso de coberturas faciais é que eles podem comprometer a amamentação, já que mães podem encontrar dificuldades na remoção e recolocação do protetor facial ou máscaras na criança.

Crianças menores de 2 anos não usem máscara, pois existe risco de sufocamento

A pediatra destaca a posição da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e também da Academia Americana de Pediatria, cuja recomendação é que para que crianças menores de 2 anos não usem máscara, pois existe risco de sufocamento (acidente doméstico).

“Nas crianças com idades entre 2 e 5 anos seu uso deve ser sempre supervisionado por um adulto e os ricos benefícios da sua utilização devem sem avaliados pelo seu responsável”, afirma a especialista.  De acordo com Luciana, as máscaras devem ser higienizadas e de tecidos seguros na sua confecção. “É importante ressaltar que sua colocação, adaptação e retirada deve ser realizada pelo adulto responsável”, observa a médica.

Crianças que usam chupetas, mesmo acima de 2 anos, não devem usar máscara, segundo ela, pelo risco de sufocamento tanto pela máscara quanto pelo refluxo. Nessa idade e na idade neonatal dispõe-se do faceshield, que pode ser utilizado caso seja necessária a exposição da criança num ambiente onde haja grande circulação de pessoal.

A pediatra orienta que a idade mais recomendada para uso de máscara seria acima de 5 anos, pois a criança tem uma compreensão clara do que ela é e da sua necessidade.

Uso de álcool gel em crianças deve ser aplicada diretamente na mão deles e o frasco de álcool não deve ficar ao alcance delas

Limpeza das mãos

Outro aspecto fundamental, de acordo com Luciana, é quanto as medidas de limpeza regular das mãos com água e sabão especialmente nos bebês, que mais elas passam as mãozinhas nos olhos. Não é recomendável usar o álcool em gel, pois podem fazer conjuntivite química pelo álcool. O ideal é usar água e sabão sempre que necessário. “Uso de álcool gel em crianças maiores de 8 anos deve ser aplicada diretamente na mão deles e o frasco de álcool gel ou álcool a 70% líquido não deve ficar exposto ou com eles”, recomenda a especialista.

Para sair para passear, a recomendação é escolher lugares arejados e amplos sem aglomeração de pessoas. “A contaminação se dá por gotículas de secreções pelas vias aéreas, portanto, deve-se evitar tocar olhos e bocas de outras pessoas”, disse ela, lembrando que no contato criança x criança isso é quase impossível. Por isso, deve-se certificar-se de que não há história recente de contaminação familiar pelo vírus.

Recém-nascidos

Recém nascidos não devem usar máscara. O mais importante é evitar visitas e, caso isso ocorra, os adultos devem usar máscara

As mais importantes recomendações para as crianças nessa fase são evitar visitas sociais domiciliares à mãe e ao recém-nascido e caso isso aconteça, manter o distanciamento, uso de máscara e higienização dos adultos, de acordo com as recomendações já previstas.

Deve-se evitar contato público desnecessário, limitando assim a exposição do recém-nascido ao vírus, especialmente em lugares com aglomerações. As pessoas devem manter as precauções de contato como higienização de mãos e as recomendações do uso de máscaras para pais e cuidadores em contato com a criança ao sair de casa para o seguimento na Atenção Primária, como imunizações ou consultas.

Entre as recomendações da SPB, estão ainda evitar manuseio do recém-nascido por muitas pessoas, enfatizando a lavagem das mãos com água e sabão ou álcool gel 70% para cuidadores (incluindo irmãos) antes de tocar o bebê e o uso de máscaras, caso tenham sintomas ou contato com pessoas com síndrome gripal.

Quando as mães apresentarem sintomas respiratórios ou tenham contato domiciliar com pessoas com síndrome gripal, devem usar máscara durante os cuidados e durante toda a amamentação e atentar a lavagem frequente das mãos.

Além disso, devem promover rotineiramente a limpeza das superfícies tocadas com recorrência, como maçanetas, interruptores de luz e equipamentos eletrônicos (especialmente celulares). Assegurar que o ambiente onde a criança permanece esteja livre do tabaco e manter a vacinação das pessoas em contato próximo com a criança conforme orientação do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Fotos: Divulgação

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