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‘Furacão do Boi’, Klinger Aráujo, morre após complicações da covid-19

Klinger Araújo foi um dos mais importantes cantores de toadas do Amazonas. Após o anúncio de sua morte, familiares, amigos e fãs prestaram homenagens nas redes sociais

Morre aos 51 anos, o cantor e levantador de toadas, Klinger Araújo. Internado desde o último dia 13 de setembro, com 75% dos pulmões comprometidos devido a covid-19 ele faleceu na manhã desta terça-feira (29/9), a informação foi confirmada pelo Grupo Samel.

Essa foi a segunda vez que Klinger Araújo ficou internado na UTI da Samel. Na primeira passagem ele esteve de 10 a 11 de setembro na unidade hospitalar, mas foi liberado após melhora. Porém, o cantor apresentou complicações da doença.

Trajetória

Klinger Araújo começou a carreira como locutor na Rádio Alvorada FM, em Parintins.  Com 19 anos chegou à Manaus, no final da década de 1980, e trabalhou na Rádio Difusora, onde foi responsável pela propagação do ritmo do boi-bumbá, a partir dos anos 1990. Ele ficou reconhecido por toadas como ‘Repeneirando’ e ‘Bumba Bumbum Bumbá’, consequentemente ganhou notoriedade nacional após participar de programas como Ratinho, Raul Gil e Planeta Xuxa. Na capital ele também passou pelas rádios Amazonas FM, Ajuricaba, Cidade, FM do Povo e Novidade FM. Klinger trabalhou também em rádios locais no Pará e Ceará.

Logo após a divulgação da morte de Klinger, amigos, familiares e fãs prestaram homenagens ao cantor pelas redes sociais.

“Amava quando te via entrar no palco, com tanta magia, tanta garra, tanta paixão. Você cantava e reverberava a história e a cultura do povo Amazônida. Vá em paz, descanse Furacão e toda gratidão pela luta em transformar o boi-bumbá de Parintins em tudo o que ele é hoje”, disse uma fã.

Em nota, o prefeito de Parintins, Bi Garcia, lamentou a morte prematura do amigo e grande ícone da cultura amazonense.

“Klinger era filho de uma tradicional família do nosso município. Ainda jovem, foi completar os estudos em Manaus, sem perder sua identidade cabocla. Foi um dos principais responsáveis pelo sucesso do boi-bumbá na capital ao apresentar um programa na rádio Difusora, onde as toadas eram tocadas em fita cassete, dando popularidade à nossa festa folclórica. Rogamos que Deus possa confortar o coração de todos e perpetuar todo o legado deixado por Klinger em nosso estado”.

A Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso reforçou o esforço a importância do artista para a cultura amazonense. “De alegria contagiante e de um humor extraordinário, Klinger saiu de Parintins para trabalhar em Manaus. Como radialista foi o pioneiro a tocar toadas de boi-bumbá nas emissoras da capital amazonense, evidenciando artistas e os bumbás de Parintins. Como artista, defendeu as duas cores e ainda representou o nosso folclore em programas de TV nacionalmente”.

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, e a primeira-dama e presidente do Fundo Manaus Solidária, Elisabeth Valeiko Ribeiro, manifestaram profundo pesar pela morte do artista parintinense e um dos ícones do folclore amazônico, o boi-bumbá, vítima de complicações provocadas pela Covid-19, causada pelo novo coronavírus.

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