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Aprendizagem Ubíqua: não tenha medo ela é do bem

Por Antonio Siemsen Munhoz

Conheça mais sobre a forma de oferta da educação miniaturizada e inovadora em um futuro incerto e desconhecido.

Como tudo começou?

Já vai longe o tempo celulares eram escondidos debaixo das carteiras. Quando descobertos eram retidos de forma punitiva e autoritária com a qual ninguém pode concordar. O tempo passou. A miniaturização chegou. Os dispositivos móveis tomaram assento como a cereja do bolo tecnológico da modernidade. O armazenamento em rede (via cloud computing, big data e data Analysis) barateou a ponto de ser vendido na feira de usados a preço de banana. A banda larga está cada vez mais larga. Também está cada vez mais barata. O streaming encontrou um mar de veias abertas (as estradas digitais). A navegação é livre. Você pode assistir hoje a um filme que será lançado amanhã no circuito comercial. Um tecnoleto (dialeto tecnológico) foi criado e está imergindo todas as pessoas em um mundo de siglas e de aplicativos. Se a máxima todo o que se tira no ambiente virtual retorna em dobro, a coisa vai ficar braba. Pelo menos para aqueles que nada querem aprender sobre nada e não se preocupam com a segurança de seu pequeno companheiro.

Como a tecnologia miniaturizada está ajudando a aprendizagem a distância?

A miniaturização impulsionou e irá impulsionar, para os mais longínquos rincões, todo o conhecimento criado pelo homem. Sua primeira ação proativa foi transformar a aprendizagem eletrônica (e-learning). Os pequenos smartphones (telefones inteligentes) ganham mais capacidade para competir (o que não lhes importa) contra os desktops e toda a montoeira de fios que os acompanham.

Tais dispositivos foram os responsáveis pela adjetivação que transformou a aprendizagem eletrônica em aprendizagem móvel. Em termos de conceituação a abordagem representa – utilização extensiva dos dispositivos móveis – o fator que diferencia estas duas modalidades que têm o mesmo ponto de partida. Para surpresa de todos alguém pensou algo diferente. A ideia foi encampada por todos. Se posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, desenvolvendo atividades diferenciadas, então ganhei ou estou prestes a ganhar o status de ser ubíquo.

O que antes era uma prerrogativa da divindade está sendo apropriada pelo comum dos mortais. Alguns estranharam esta renovação do desejo do homem de se tornar um Deus, que parecia definitivamente abortada quando a Torre de Babel ruiu. As tentativas, agora com apoio da tecnologia podem confirmar a ideia de que tudo vai se tornar mais fácil de ser cumprido, pois a tecnologia e comunicação são os novos Deuses em nossa sociedade da informação.

As características da aprendizagem ubíqua

A aprendizagem por correspondência, a presença conectada, a aprendizagem mista e a aprendizagem eletrônica evoluíram em um contínuo.  Chegamos ao tempo da aprendizagem móvel. O nome não emplacou muito. O termo foi substituído pela adjetivação da aprendizagem ubíqua.  Suas características básicas deixam ao aluno a escolha: desenvolver na hora em que tem tempo; no local desejado; com utilização do conteúdo escolhido; com adoção da forma de estudo que mais lhe agrada; e com avaliação decidida junto aos instrutores, com responsabilidade compartilhada. O protagonismo do aluno reina empoderado, nos ambientes centrados em sua pessoa. Mas existe a contrapartida irretratável de estudar muito mais para resolver problemas de forma ativa, participativa, colaborativa e cooperativa, para atender desejos do mercado de trabalho. Outros diferenciais estão nos notebooks, netbooks, tablets, tecnologias vestíveis e outras tecnologias em desenvolvimento como infraestrutura de circulação do conhecimento.

Alguém quer uma definição?

O u-learning (ubiquitous learning ou aprendizagem ubíqua) é considerada como uma atividade de formato pervasivo. Que permite o compartilhamento da atenção do aluno com duas ou mais atividades desenvolvidas ao mesmo tempo (ou quase – dentro das capacidades cognitivas ou financeiras de cada um). Em termos eleitos pelos tecnófilos de plantão ela pode ser também assemelhada ao desenvolvimento de processamento múltiplo. Procure lembrar-se dos sistemas operacionais. Eles permitem que tal proeza seja desenvolvida (por exemplo pelo Windows 10 ou Androide em alguma de suas diversas versões). O tempo de resposta curto diferente, dado a dois eventos, traz a sensação de que eles estão sendo desenvolvidos ao mesmo tempo.

Um exemplo vale mais que mil palavras Vamos utilizar um exemplo comum já utilizado em diversos de nossos cursos e também por outras pessoas na literatura sobre o tema. Imagine um executivo de alto nível em um aeroporto. Em uma janela das atividades de seu smartphone ele lê as cotações da bolsa. Em outra janela de seu smartphone está ativa uma proposta de um sistema de resposta interativa, aplicado como atividade de avaliação. Em outra janela é desenvolvida uma atividade de conversação com sua esposa. Como atividade final está a leitura do material textual de conteúdo de algum curso que desenvolve on-line. São todas desenvolvidas enquanto espera a chegada do avião que o irá levar para outro local.  Forçando um pouco a imaginação tais atividades são todas desenvolvidas ao mesmo tempo. Este fato representaria uma perspectiva que somente é possível enxergar de forma lógica, mas não física que equivale a ele estar em diferentes localidades ao mesmo tempo. É daí decorre o termo ubiquitous learning e sua utilização. Cresce o número de ofertas, por isso aproveite e aumente seus conhecimentos e não tenha receio da aprendizagem ubíqua: ela é do bem.


Antonio Siemsen Munhoz é Doutor em Engenharia de Produção, Bacharel em Engenharia Civil, Especialista em Tecnologias Educacionais, Pós-graduado em Gestão Eletrônica de Documentos, com MBA em Design Thinking


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