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A REABERTURA DAS FRONTEIRAS BRASILEIRAS PARA VOOS INTERNACIONAIS

por Oreni Braga

Embora a oferta de voos internacionais no Brasil tenha sido reduzida quase que na sua totalidade, por conta da pandemia do Coronavírus, algumas companhias aéreas continuaram com poucas rotas conectando cidades estrangeiras com São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife.  Pena que Manaus saiu do radar!

Nesta semana, o Governo Brasileiro autorizou a reabertura das fronteiras para os turistas internacionais, observando algumas restrições constantes na Portaria, como por exemplo, a entrada de estrangeiro no Brasil pelas fronteiras terrestres.

A decisão governamental de reabrir as fronteiras suscita temor, uma vez que o país ainda não debelou a pandemia. De acordo com o governo central, a proposta visa reativar o turismo internacional. Mas como?

O vizinho do Mercosul, a Argentina, que é o maior emissor de turistas para o Brasil, continua com as suas fronteiras fechadas para nós e os hermanos proibidos de vir aqui. A Europa mantém o freio de mão puxado para os canarinhos, e os europeus não virão tão cedo ao nosso torrão.

Nessa toada, os Estados Unidos da América também refutam a entrada da nossa gente nas terras do Tio Sam, e proíbem seus cidadãos de realizar viagem para cá. Quem mesmo quer vir nos visitar?

Por outro lado, as cidades brasileiras que já conseguiram, de certa forma, estancar o avanço da pandemia, não oferecem conectividade para esses destinos e nem para qualquer outra cidade estrangeira.

Somado a tudo isso, as companhias aéreas que voam, internamente, estão pedindo concordata nos EUA para evitar a falência dos negócios. As estrangeiras estão recorrendo aos seus governos para não sucumbir. Por certo, a oferta de voos internacionais nos principais aeroportos brasileiros, até meados do primeiro semestre de 2021, será muito pouca e os preços serão absurdamente altos.

Portanto, não consigo enxergar, pelo menos em curto prazo, a retomada do turismo internacional, a não ser que haja uma mudança radical no controle do Coronavírus, o qual possa convencer o viajante internacional a escolher o Brasil como destino saudável e seguro. E, com todo respeito, isso não vai acontecer tão cedo!

Então, a medida correta que o governo central deveria tomar era fortalecer o Turismo Doméstico com uma Política de Incentivo, que criasse oportunidades para que as pessoas pudessem viajar mais e melhor dentro do país, com conectividades regionais, o que proporcionaria um maior conhecimento dos destinos turísticos menos visitados e incrementaria a distribuição de renda junto às populações menos favorecidas.


Oreni Braga é Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental, Especialista em Ecoturismo, Planejamento e Gestão de Parques e Design de Ecolodges.


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