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Falta de confiança atinge todos os setores da indústria no mês de maio, aponta estudo da CNI

Os índices setoriais de confiança do empresariado da indústria mostram um cenário ainda negativo, o que contribui para a redução de investimentos e agravamento da crise econômica

A falta de confiança do empresário industrial para investir, contratar e produzir no mês de maio foi generalizada e afetou toda a indústria, independente do setor, da região ou do tamanho. Esse é o resultado apresentado na publicação Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) Setorial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quinta-feira (28/5).

O índice mede a expectativa em relação à economia brasileira, aos próprios negócios e às condições atuais e reflete, ainda, o agravamento da crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus.

O cenário apontado pelos índices de confiança é preocupante. Nenhum dos 29 setores considerados está sequer próximo do nível de confiança registrado há um ano. E todos estão abaixo dos 50 pontos, o que mostra falta de confiança. O indicador varia de 0 a 100, sendo que a linha de corte é o valor 50. Qualquer dado abaixo dele é negativo.

As principais quedas foram nos setores de couro; manutenção de máquinas e equipamentos; químicos; calçados e materiais elétricos. A confiança do setor de calçados, por exemplo, passou para 26,6 pontos, uma queda de quase três pontos em relação ao mês anterior; o de confecções ficou em 28,8 pontos; da impressão e reprodução caiu para 29,2; e de veículos automotores ficou em 29,6.

“Tivemos melhora na confiança em 15 setores em maio em relação a abril de 2020, mas nada que pudesse reverter o cenário de pessimismo iniciado durante a pandemia. A melhora aparenta ser apenas um ajuste à forte queda registrada em março”, explica o gerente-executivo de pesquisa e competitividade da CNI, Renato da Fonseca. Um exemplo é o índice de confiança do setor de móveis, que passou de 26 para 30,6 pontos. Mesmo assim, ficou bem abaixo da linha divisória dos 50 pontos.

E a falta de confiança do empresário industrial está disseminada em todas as regiões do país, em todos os setores de atividade e nos três portes de empresa avaliados. A indústria extrativa, ainda que com falta de confiança por parte de seus empresários, apresenta o maior indicador (47,3%).

A confiança é menor entre os empresários da indústria de transformação, em particular nos setores: calçados (26,6 pontos); vestuário (28,8 pontos); impressão e reprodução (29,2 pontos); e veículos automotores (29,6 pontos). No outro extremo, estão produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (45,1 pontos); farmoquímicos e farmacêuticos (41,5 pontos); outros equipamentos de transporte (41,5 pontos); e produtos alimentícios (41,3 pontos).

Entre as regiões geográficas, Sul e Sudeste registram os menores indicadores, respectivamente 32,8 e 34,2 pontos, enquanto a região Centro-Oeste apresenta indicador de 42,2 pontos.

As pequenas empresas registram novo piso negativo de confiança. Os índices de médias e grandes empresas recuperaram ligeiramente, com alta de 1 ponto e 1,7 ponto, respectivamente. Todos os índices seguem distantes da linha divisória de 50 pontos.

Entre as regiões, Centro-Oeste e Norte tiveram o índice de confiança menos negativo. Subiu 4,6 pontos e 2,5 pontos, respectivamente. Os índices das demais regiões também registraram variações positivas, mas inferiores a 1 ponto. No entanto, todos continuam abaixo da linha de corte.

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