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Amazonas atrai R$ 4,2 bilhões em investimentos e avança na diversificação econômica

Secretário Serafim Corrêa destaca protagonismo do estado na captação de novos negócios fora do Polo Industrial de Manaus

O Amazonas encerrou o primeiro semestre de 2025 com um saldo expressivo na atração de investimentos: R$ 4,2 bilhões captados para empreendimentos em diversas áreas da economia. O resultado foi anunciado pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, e sinaliza um avanço nas estratégias do governo para ampliar a competitividade do estado e reduzir sua dependência histórica do Polo Industrial de Manaus (PIM).

Segundo Corrêa, os números refletem o trabalho integrado de fomento a cadeias produtivas alternativas, incentivo à interiorização do desenvolvimento e uma postura mais proativa do governo na interlocução com investidores. “Não é só sobre atrair fábricas, mas sobre criar um ambiente favorável para negócios de todos os portes, especialmente os que valorizam nossos recursos naturais e humanos”, afirmou o secretário.

Crescimento além da Zona Franca

Entre os setores que mais contribuíram para o montante captado estão a cadeia de gás natural, projetos de bioeconomia e empreendimentos de base tecnológica. O governo também aponta como estratégica a criação do site Invista no Amazonas, que tem funcionado como vitrine para oportunidades de negócios sustentáveis no estado.

A Sedecti projeta ainda o fortalecimento de áreas como energia limpa, indústria farmacêutica da biodiversidade, turismo ecológico e inovação aplicada à floresta. Essas frentes estão sendo estruturadas para compor o Plano Estadual de Bioeconomia, que será apresentado na COP30, prevista para novembro em Belém (PA), e deve consolidar o Amazonas como protagonista da transição ecológica no Brasil.

Interiorização e geração de empregos

Outro foco do governo é a descentralização dos investimentos. Em vez de concentrar todos os aportes na capital, o novo modelo busca integrar municípios do interior, fortalecendo a produção rural, os serviços logísticos e os empreendimentos comunitários.

“Queremos que o desenvolvimento chegue a Codajás, Humaitá, Parintins, São Gabriel, assim como chega a Manaus. O crescimento precisa ser inclusivo e regionalizado”, defendeu Serafim Corrêa.

De acordo com os dados do governo, os investimentos aprovados já preveem mais de 3 mil empregos diretos em implantação. A expectativa é que o volume total de aportes em 2025 supere os R$ 8 bilhões, considerando os projetos em análise no Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas).

Desafios ainda persistem

Apesar do bom desempenho, o estado enfrenta gargalos históricos que podem limitar a efetivação de parte dos investimentos. A falta de infraestrutura logística em regiões mais remotas, os altos custos operacionais ainda são entraves para quem deseja empreender na Amazônia.

Além disso, especialistas alertam para a necessidade de que esses novos investimentos estejam realmente alinhados aos princípios da sustentabilidade e da inclusão social, evitando repetir os modelos excludentes do passado.

A avaliação geral, no entanto, é de otimismo. O Amazonas parece disposto a assumir um novo papel no cenário nacional, deixando de ser apenas uma vitrine da Zona Franca para se consolidar como ponto estratégico da economia verde brasileira.

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