Manaus avança no diagnóstico precoce da hanseníase com ferramenta inovadora
Secretaria Municipal de Saúde utiliza Questionário de Suspeição da Hanseníase (QSH), para identificar casos e combater o preconceito
A prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), tem intensificado o combate à hanseníase utilizando o Questionário de Suspeição da Hanseníase (QSH), uma ferramenta que auxilia na identificação precoce de casos suspeitos. O instrumento é aplicado em unidades de saúde, escolas e comunidades, com apoio dos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs).
O diagnóstico precoce é essencial para interromper o ciclo de transmissão da hanseníase, uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae, conhecida por causar manchas na pele, dormência e fraqueza muscular. Apesar do tratamento ser gratuito e eficaz, o preconceito ainda é uma barreira significativa para a detecção e adesão à terapêutica medicamentosa.

Ferramenta inovadora
Desde a implantação do QSH, em 2022, 130 pessoas com suspeita de hanseníase foram encaminhadas para diagnóstico, e 19 casos foram confirmados. Este ano, um novo caso já foi identificado e está em tratamento. O questionário permite que os profissionais de saúde avaliem sinais e sintomas iniciais, promovendo um encaminhamento rápido para diagnóstico e início do tratamento, que varia entre seis meses e um ano.
O subsecretário municipal de Gestão da Saúde, Djalma Coelho, enfatiza a importância da detecção precoce.
“Podemos evitar lesões irreversíveis que afetam não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional e social dos pacientes.”
Agentes comunitários
Os ACSs desempenham um papel central na busca ativa de casos, realizando entrevistas em domicílios e promovendo campanhas educativas que quebram barreiras de preconceito. Segundo a enfermeira Eunice Jácome, do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, a relação de confiança entre os agentes e a comunidade é fundamental para o sucesso do programa.
“Os agentes são capacitados para construir um vínculo de respeito e segurança, facilitando o acesso ao tratamento e ajudando a reduzir novos casos com incapacidades físicas,” explicou Eunice.
Combate ao preconceito
Além do trabalho técnico, a Prefeitura de Manaus reforça a importância de enfrentar o estigma associado à hanseníase, garantindo sigilo nos casos suspeitos e promovendo ações educativas. O uso do QSH não apenas contribui para o controle da doença, mas também fortalece a saúde comunitária ao sensibilizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento.

Com iniciativas como essa, a capital amazonense demonstra seu compromisso em combater a hanseníase e promover a saúde integral da população.
Fotos – Divulgação/Semsa