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País precisa ser mais rigoroso para casos como o das Lojas Americanas, defende senador Omar

Para o senador amazonense, rombo de R$ 48 bilhões maquiado por empresa independente de auditoria pode apontar para outros casos semelhantes que envolvem contratos públicos

Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para obter informações sobre a dívida no balanço das Lojas Americanas, o líder da bancada federal do Amazonas no Congresso, Omar Aziz (PSD-AM), defendeu que o Senado precisa ser mais rigoroso para evitar casos semelhantes no futuro. A comissão atualmente apura indícios de fraude em uma auditoria realizada por consultoria independente, que teria ‘maquiado’ um rombo de R$ 48 bilhões nas finanças da rede varejista.    

Como não tem poder para convocar os envolvidos, a CAE convidou o atual e ex-diretor das Americanas, além de representantes da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e da Price Waterhouse, a empresa responsável pela auditoria no grupo e que não compareceu à audiência. Para Omar Aziz, a situação é preocupante pois chama atenção para outros casos em que médias e pequenas empresas podem sair prejudicadas por uma auditoria maquiada que não condiz com a realidade.

“Nós temos que ser mais rigorosos com esse tipo de atitude de algumas empresas, até porque a Price trabalha para governos estaduais. As empresas que estão na Bolsa de Valores e quem tem ação delas devem se preocupar muito se por trás dessas empresas estivesse a Price como auditora. Essa é uma questão séria, pois o efeito cascata é sério. Se ela maquiou ou deixou maquiar as empresas Americanas, pode ter acontecido com outras empresas para as quais ela faz auditoria no Brasil. A Comissão de Valores Mobiliários tem que tomar alguma providência”, salientou.

O presidente da CAE, Otto Alencar (PSD-BA), destacou que já encaminhou um projeto para que auditores independentes possam sofrer sanções administrativas ou penais caso seja constatada negligência ou imperícia no exercício das suas funções. “Auditar uma empresa e deixar chegar a essa situação de só tomar conhecimento depois de um rombo de R$ 48 bilhões, essa empresa não merece, sinceramente, confiança de quem deseja ter uma auditoria independente correta no âmbito das suas empresas”, explicou Alencar.

Alvo também de pedido de abertura de CPI na Câmara dos Deputados, a empresa Lojas Americanas entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro deste ano, após relatórios apontarem uma série de inconsistências no balanço contábil do grupo. Foi revelado posteriormente um rombo estimado em quase R$ 50 bilhões, além do prejuízo para mais de 15 mil credores e fornecedores da empresa.

Foto: Ariel Costa

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