DESTAQUEREGIÃO AMAZÔNICA

Com 38 indígenas assassinados em 2021, Amazonas lidera ranking nacional, aponta relatório do Cimi

Em todo o país, segundo os dados do relatório do Conselho Indigenista Minissionário (Cimi), foram 176 assassinatos de indígenas em 2021

O Amazonas foi o estado com mais registros de assassinatos de indígenas no Brasil em 2021, de acordo com o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2021”, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

No total, de acordo com o relatório, 38 indígenas foram mortos violentamente no Amazonas nesse ano, 12 das vítimas mulheres e 26 foram homens. Em segundo lugar ficou o estado do Mato Grosso do Sul, com 35 assassinatos e, o terceiro, foi Roraima, com 32 casos.

Em todo o país, segundo os dados do relatório do Cimi, foram 176 assassinatos de indígenas em 2021.

Ao apontar a omissão do governo de Jair Bolsonaro em relação aos direitos dos povos indígenas, o relatório do Cimi descreve como consequência o aumento, pelo sexto ano consecutivo, dos casos de “invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio”. Em 2021, foram registradas esse tipo de ocorrência em pelo menos 226 Terras Indígenas (TIs) em 22 estados do país.

No ano de 2020, foram 263 casos de invasão que afetaram 201 terras em 19 estados. A quantidade de casos em 2021 é quase três vezes maior do que a registrada em 2018, quando foram contabilizados 109 casos do tipo.

Outro ponto detalhado no relatório indica o aumento quantitativo de casos e terras afetadas pela ação ilegal de garimpeiros, madeireiros, caçadores, pescadores e grileiros, entre outros, os invasores intensificaram sua presença e a truculência de suas ações nos territórios indígenas, casos dos povos Munduruku, no Pará, e Yanomami, em Roraima e Amazonas.

Só nas terras Yanomami, a estimativa é da presença de mais de 20 mil garimpeiros, que passaram a realizar ataques armados sistemáticos contra as comunidades indígenas, espalhando um clima de terror e provocando mortes, inclusive de crianças.

Além disso, os garimpos serviram como vetor de doenças como a Covid-19 e a malária para os Yanomami.

Os garimpeiros atuam ilegalmente na TI Munduruku, no Pará, onde atacaram a sede de uma associação de mulheres indígenas, para tentar impedir o deslocamento de lideranças do povo para manifestações em Brasília, fazendo ameaças de morte e até queimando a casa de uma liderança, em represália a seu posicionamento contra a mineração no território. Enquanto essas ações ocorriam, a TI Munduruku seguiu sendo devastada, com rios e igarapés destruídos pelo maquinário pesado utilizado na extração ilegal de ouro.

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