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Projeto estimula estudantes da rede estadual a produzir embalagens biodegradáveis com escama de peixes

Iniciativa de estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré, em Manacapuru, é um dos projetos do Programa Ciência na Escola, apoiados pelo governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam)

Com o objetivo de buscar alternativas para reduzir os impactos ambientais causados pelo descarte de produtos à base de petróleo, estudantes da rede estadual de ensino no município de Manacapuru (distante 68 quilômetros de Manaus) desenvolveram embalagens biodegradáveis feitas a partir da escama de peixes. A iniciativa é um dos projetos apoiados pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Os resíduos passam por processo para retirada da hidroxiapatita e das fibras algodonosas, e, em seguida, são preparados para as prototipagens

O projeto foi desenvolvido no âmbito do Programa Ciência na Escola (PCE), edição 2021, que aprovou 712 propostas. O trabalho contou com coordenação do professor de Biologia, Cosme de Carvalho, e envolveu alunos do 1º e 2º anos do Ensino Médio da Escola Estadual Nossa Senhora de Nazaré. De julho a dezembro, os estudantes produziram em laboratório protótipos de biocopos e bioembalagens, testados conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

“Esse projeto proporciona para a comunidade, principalmente as ribeirinhas e pesqueiras, uma nova fonte de renda com sustentabilidade, contribuindo na diminuição dos impactos ambientais. Para os alunos, possibilitou a aplicação dos conhecimentos teóricos na produção de um projeto científico que poderá fortalecer sua vida acadêmica”, destacou Cosme de Carvalho, que desde 2019 desenvolve projetos com escamas e vísceras de peixes da região.

Processo

Para chegar ao produto final, os alunos fizeram um levantamento bibliográfico de artigos científicos e manuais técnicos referentes à pesquisa. Após a leitura, foram coletados quatro quilos de escamas nas feiras populares de Manacapuru. Os resíduos animais passaram por um processo para a retirada da hidroxiapatita e das fibras algodonosas, e, em seguida, foram preparados para as prototipagens.

Os resultados são satisfatórios e abrem caminhos para uma nova perspectiva econômica e social para a Amazônia. Esses avanços sustentáveis são fruto dos investimentos do Governo do Estado no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação na região. Segundo Cosme, o apoio da Fapeam nesse processo é fundamental.

“Isso fortaleceu o compromisso da equipe em realizar a pesquisa através de um trabalho de relevância científica na utilização de resíduos do peixe. A Fapeam ajuda muito nas pesquisas no âmbito escolar e vem ajudando muito na nossa escola”, destacou o professor.

Sobre o PCE

Pioneiro no país, o PCE é uma ação criada pela Fapeam, desenvolvida em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc-AM) e Secretaria Municipal de Educação (Semed Manaus). O programa é direcionado à participação de professores e estudantes da educação básica em escolas públicas estaduais do Amazonas e municipais de Manaus em projetos de pesquisa científica e de inovação tecnológica.

Fotos: Arquivo Pessoal do professor Cosme de Carvalho

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