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Liberação de cargas na fronteira com a Venezuela segue lenta no quinto dia de greve dos auditores fiscais

Paralisação é fruto da insatisfação com o governo federal, com o Orçamento da União deste ano, que excluiu os auditores da RF do reajuste concedido à outras categorias de servidores federais

Ao menos 250 caminhões formam fila próximo a alfândega de Pacaraima, no Norte de Roraima. A liberação parcial dos caminhões na alfândega em Pacaraima, município que faz fronteira com a Venezuela, ainda é lenta. Até o momento, pelo menos 250 veículos ainda estão paralisados por conta da greve dos auditores fiscais, que entrou no quinto dia neste sábado (8/01).

Segundo o auditor fiscal Aderaldo Eugênio da Silva, além das 250 carretas na fila, há outros veículos oriundos de Manaus e Boa Vista que não é “possível contabilizar”, mas estipula que são aproximadamente 500 veículos nas rodovias.

“A Operação Padrão continua, pois, o governo Federal, infelizmente, não reconhece nosso trabalho. Estamos aguardando a regulamentação de um acordo trabalhista desde de 2017. O acordo é a implantação do bônus de eficiência. Outra reivindicação é a recomposição do orçamento da Receita Federal”, afirma.

O auditor esclarece que está sendo realizada uma triagem dos veículos, com prioridade as cargas perecíveis, como por exemplo, produtos congelados, medicamentos, alimentos com data próxima ao vencimento.
Apesar das liberações, o auditor informou que a mobilização continua pelo quinto dia consecutivo pois ainda as “demandas da classe ainda não foram atendidas”.

Motivação

Os servidores da Receita começaram a entregar seus cargos em dezembro de 2021 diante de uma insatisfação com a aprovação do Orçamento da União. Em Roraima, ao menos seis auditores com cargos de chefia se manifestaram pela entrega dos cargos.

A proposta de Orçamento da união para 2022 foi aprovada no da 21 de dezembro pelo Congresso Nacional. O placar entre os deputados foi de 358 votos favoráveis e 97 contrários. No Senado, o texto passou por 51 votos a 20.
Logo após a aprovação, ao menos 172 servidores com cargos de confiança na Receita Federal pediram exoneração. Em uma carta, delegados dizem que a Receita teve seu orçamento reduzido em 51,4%.

Os cortes, segundo o documento, afetam principalmente a administração das unidades e a gestão de soluções informatizadas e que há risco de não haver recurso para pagamento de contas de água e energia elétrica.

Negociação

Na quarta-feira (5/01), o governador Antonio Denarium (PP) se reuniu com representantes do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco) para prestar apoio à pauta reivindicatória da categoria dos auditores fiscais.

Segundo o governo do estado, Denarium entrou em contato com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o chefe-geral da Receita Federal em Brasília, Júlio César Vieira, e ambos ficaram “sensibilizados” com as reivindicações da categoria.

A Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIER) disse, em nota, que acompanha o ato e disse que defende o retorno das atividades.

“A suspensão das atividades alfandegárias nas fronteiras do Estado prejudica a operação das indústrias, o escoamento da produção, penalizando empresas que já enfrentam dificuldades para se recuperar da crise causada pela pandemia da covid-19, trazendo efeitos danosos para economia local e dos países fronteiriços”, diz a nota da Federação.

Foto: Divulgação

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