A importância das medidas de prevenção no combate à Dengue
A dengue é uma doença febril aguda grave causada por um arbovírus. Arbovírus são vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. No caso da Dengue, o vírus é transmitido pela picada de mosquitos da espécie Aedes, que também são responsáveis pela transmissão de outras doenças: chikungunya, febre amarela e Zika.
Sintomas
Os primeiros sintomas aparecem de quatro a 10 dias depois da picada do mosquito infectado. A doença começa bruscamente e se assemelha a uma síndrome gripal grave caracterizado por febre elevada, fortes dores de cabeça e nos olhos, além de dores musculares e nas articulações.
Durante a evolução da doença, destacam-se três fases: febril, crítica e de recuperação. Na fase crítica da dengue (entre o terceiro e o sexto dia após o início dos sintomas), podem surgir manifestações clínicas (sinais de alarme) correspondentes a uma complicação da doença potencialmente letal chamada dengue grave (conhecida anteriormente como dengue hemorrágica), que aparecem devido ao aumento da permeabilidade vascular e da perda de plasma, o que pode levar ao choque irreversível e à morte.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico da dengue é feito comumente mediante sorologia para determinar a presença de anticorpos contra o vírus no sangue, mas não determina especificamente qual tipo de vírus é responsável pela infecção.
Não existe tratamento específico para dengue. Os cuidados terapêuticos consistem em tratar os sintomas: combater a febre e, nos casos graves, realizar hidratação por via intravenosa. O atendimento rápido para a identificação dos sinais de alarme e o tratamento oportuno podem reduzir o número de óbitos, chegando a menos de 1% dos casos.
Prevenção
Atualmente, a principal forma de prevenção é o combate aos mosquitos – eliminando os criadouros de forma coletiva com participação comunitária – e o estímulo à estruturação de políticas públicas efetivas para o saneamento básico e o uso racional de inseticidas.
O mosquito que transmite a dengue se prolifera em locais com água parada, por isso eliminar os focos de água é um cuidado essencial para evitar que o mosquito se reproduza:
A nossa parte: Eliminar os focos de água parada
- Manter os pratos de vasos de flores e plantas com areia;
- Guardar garrafas com a boca virada para baixo;
- Limpar sempre as calhas dos canos;
- Não jogar lixo em terrenos baldios;
- Colocar o lixo sempre em sacos fechados;
- Manter baldes, caixas d´água e piscinas sempre tampados;
- Deixar pneus ao abrigo da chuva e da água;
- Eliminar copinhos plásticos, tampas de refrigerantes, cascas de coco em sacos que possam ser lacrados;
- Furar latas de alumínio antes de ser descartadas para não acumular água;
- Lavar bebedouros de aves e animais pelo menos uma vez por semana;
Ações governamentais: Aplicar larvicidas
Agentes comunitários de saúde frequentemente, visitam as residências do bairro com objetivo de detectar e destruir reservatórios de água que estejam acumulando água, ajudando na redução dos focos de transmissão da dengue.
Em locais com bastantes focos de água parada como depósitos de sucata, ferros-velhos ou lixões, é realizada a aplicação de larvicidas, ou seja, produtos químicos que eliminam os ovos e as larvas do mosquito. Entretanto, essa aplicação deve ser sempre feita por profissionais treinados, sendo indicada pelas secretarias de saúde das prefeituras e o tipo da aplicação depende da quantidade de larvas do mosquito encontradas e, geralmente, não causam nenhum dano à saúde das pessoas:
- Aplicação diretamente nos objetos com água parada, como vasos de planta e pneus;
- Aplicação com aparelho que solta gotículas, feito por pessoas treinadas e com equipamentos de proteção individual;
- Aplicação com um carro que emite fumaça, ajuda a eliminar as larvas do mosquito, sendo que é realizado em casos em que há surto de dengue, conhecido como fumacê.
- Agentes comunitários de saúde frequentemente, visitam as residências do bairro com objetivo de detectar e destruir reservatórios de água que estejam acumulando água, ajudando na redução dos focos de transmissão da dengue.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 4 bilhões de pessoas estejam vivendo em áreas com risco de infecção pela doença. Anualmente, 390 milhões de casos são registrados no mundo, dos quais 96 milhões se manifestam clinicamente. A dengue afeta 128 países e é considerada uma doença negligenciada pela OMS.