MEIO AMBIENTE

Flutuantes causam degradação e poluem orla do Tarumã em Manaus, alerta deputado

Aterro sanitário e situação da água dos rios no Amazonas provocam debate na Assembleia Legislativa

A situação dos aterros sanitários e a poluição da água dos rios no Amazonas foram os temas principais abordados na Sessão Ordinária, durante a manhã desta quarta-feira (04/08), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Para os parlamentares estaduais, a problemática é urgente e demanda uma aliança dos órgãos públicos para mitigar os problemas encontrados.

Serafim Corrêa (PSB) tratou da situação dos flutuantes localizados no rio Tarumã que, segundo ele, precisam se adequar às regras ambientais, sob o risco de poluir o rio, da mesma forma que aconteceu na cidade flutuante, na década de 1960, em frente à Praça dos Remédios. “É preciso que a Capitania dos Portos e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) possam agir para evitar que surja uma nova cidade flutuante”. O parlamentar estadual sugeriu ao Governo do Estado e à Prefeitura de Manaus que continuem o avanço do saneamento da margem do Rio Negro, no bairro do São Raimundo, e cheguem até a Ponta Negra. “Que no Tarumã se faça, a partir da Marina do David, algo semelhante para que o povo possa usufruir da orla e não apenas os flutuantes, que estão degradando o rio e gerando problemas muito delicados”, alertou.

O deputado Wilker Barreto (sem partido) disse que está preocupado com a instalação do aterro sanitário da empresa Marquise, próximo do igarapé do Leão, principal afluente do rio Tarumã. “Instalarem um aterro sanitário a 200 metros de nascentes é uma bomba-relógio. Vários moradores apontam assoreamento ao longo do igarapé do Leão. Em 2015, já havia o alerta, o Ministério Público se posicionou. Precisamos convidar a empresa Marquise e o Ipaam para vir à Aleam questionar se vale a pena correr esse risco”, questionou.

Serafim Corrêa complementou mostrando preocupação com os aterros inexistentes, em cidades do interior, e disse esperar que os municípios vizinhos, como Iranduba, Rio Preto da Eva e até mesmo Itacoatiara, poderiam se unir num consórcio para pagar ao município de Manaus pelo uso do aterro, pois segundo ele, é mais barato que construir seus próprios aterros.

Falando sobre o mesmo assunto, o deputado Ângelus Figueira (DC) disse que as águas são o maior patrimônio do Amazonas. De acordo com o parlamentar, é preciso encarar a problemática dos recursos hídricos. “O mundo vive dificuldades por conta da água. As gerações futuras não têm como pagar esta conta. Precisamos tratar com urgência a questão dos flutuantes, mas também do problema do mercúrio no rio Madeira”, resumiu.

Em aparte, o deputado Dermilson Chagas (sem partido) acrescentou que é preciso medir a qualidade dos peixes em relação à presença de mercúrio. “É de fundamental importância que o Ipaam faça alguma coisa nesse sentido”, destacou.

Ângelus Figueira apelou para a criação de um órgão estadual de gestão das águas e acrescentou que é preciso corrigir a situação, pois é uma luta de todos e não apenas de governo.

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