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Ritmo da subida das águas aponta para cheia recorde no Amazonas este ano

Enchente de 2021 pode chegar a níveis históricos, alerta Serviço Geológico.  Cerca de 15 bairros de Manaus e 13 municípios das calhas do Juruá e Purus devem sofrer consequências severas

Ana Celia Ossame

A ocorrência de chuvas acima da média e o fenômeno La niña são as causas apontadas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) para a possibilidade de uma grande enchente nos rios Negro e Solimões neste ano de 2021.

Mais de 15 bairros em Manaus podem ser atingidos pela grande enchente que se avizinha. Aproximadamente 13 municípios das calhas dos rios Juruá e Purus, no Sul do Estado, já decretaram situação de emergência, informou a Defesa Civil do Estado. Até o mês de junho e julho, as águas acima da média devem causar grandes transtornos, alertam especialistas.

Para o CPRM, que emite boletins visando orientar autoridades e a população, o Rio Negro deve atingir, este ano, a cota máxima de 29,45 metros (m) no Porto de Manaus. Mas há probabilidade de estar em curso uma cheia tão grande quanto a de 2012, ano da máxima histórica de 29,97 metros. Pela avaliação do serviço geológico, há 17% de chances de se repetir o índice histórico de 2012.

Detalhe importante é que as seis das maiores enchentes já registradas pelo CPRM nos últimos 100 anos, aconteceram nos últimos 10 anos.

Em estado de emergência, desde o mês de março, Eirunepé, na calha do Juruá, enfrenta a maior enchente da sua história

O alerta vem mobilizando governo do Estado e prefeituras tanto da capital quanto de municípios mais próximos como Manacapuru e Itacoatiara, entre outros.

Os especialistas apontam os indicadores que chamam a atenção: chuvas acima da média no início deste ano provocadas pelo fenômeno La Niña, que é conhecido por provocar o esfriamento do Oceano Pacífico.

Esse esfriamento altera a formação de nuvens sobre o oceano e elas se concentram na Oceania, causando chuvas mais concentradas e em maior quantidade do que o normal na região amazônica, informa o CPRM.

 População atingida

Pelos alertas do Serviço Geológico, é necessário haver preparação para a possibilidade da enchente ser histórica diante das populações a serem atingidas.

Só no final dos meses de abril e maio, mais próximas do pico da cheia, será possível emitir, com mais segurança, os índices que confirmarão o nível histórico da cheia deste ano.

O alerta da CPRM leva a Prefeitura de Manaus, por meio da Casa Militar e Defesa Civil, a iniciar a construção de aproximadamente 500 metros de ponte em bairros como Mauazinho, Zona Leste, no qual o mapeamento aponta que aproximadamente 200 famílias podem ser afetadas pelo rio Negro, com a cota acima de 29 metros.

Equipes da Defesa Civil e da Defesa Civil já iniciaram a construção de pontos em bairros da capital

Outros bairros que devem sentir de forma rápida a subida das águas são os de São Jorge e São Raimundo, que também apresentam os impactos neste primeiro momento”, enfatizou o secretário-executivo da Defesa Civil, coronel Fernando Júnior, por meio de assessoria.

Na região urbana de Manaus, de acordo com o levantamento realizado pela Prefeitura de Manaus, os bairros atingidos pela cheia de 2021 devem ser: Tarumã; Mauazinho; São Jorge; Educandos; Raiz; Betânia; Presidente Vargas; Colônia Antônio Aleixo; Aparecida; Centro; Santo Antônio; Cachoeirinha; Glória; Compensa e Puraquequara.

Mapeamento aponta que aproximadamente 200 famílias podem ser afetadas pelo rio Negro

Na região rural ribeirinha, a Defesa Civil vai monitorar as comunidades Nova Canaã do Aruau; São Francisco do Aruau; Lindo Amanhecer; São Sebastião do Cuieiras; São Francisco do Chita; Bela Vista do Jaraqui; Nova Jerusalém do Minpidiau; São Sebastião do Tarumã-Mirim; Agrovilla; Cueiras do Tarumã-Açu; Nova Esperança do Apuau; Santa Isabel do Apuau; Nova Aliança do Apuau; União e Progresso; São Francisco do Tabocal; São Raimundo e o assentamento Nazaré.

A Defesa Civil já iniciou a construção de aproximadamente 500 metros de ponte em bairros como Mauazinho, Zona Leste, no qual o mapeamento aponta que aproximadamente 200 famílias podem ser afetadas pelo rio Negro, com a cota acima de 29 metros.

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