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Zezinho Corrêa, ícone da cultura amazonense morre neste sábado vítima de covid-19

O músico de 69 anos estava estava internado desde 5 de janeiro. Cantor estava internado em um hospital particular de Manaus, após testar positivo para a covid-19.

Morreu neste sábado (06/02), o cantor Zezinho Corrêa. Ele estava internado em um hospital particular de Manaus, após testar positivo para a covid-19. O cantor ficou mundialmente conhecido nos anos 90 após lançamento do hit ‘Tic Tic Tac’, do grupo Carrapicho.

O músico foi internado em um hospital particular em Manaus no dia 5 de janeiro com quadro de covid-19, após sentir febre e dores no corpo no dia anterior. No dia 7 de janeiro ele foi transferido para Unidade Intensiva de Tratamento (UTI). A morte foi divulgada nos perfis do cantor, de 69 anos, e em grupos no Instagram.

Por meio de nota a família Corrêa informou que o velório do artista Zezinho Corrêa será hoje (06/02), das 13 às 16h30 na unidade Balneário do Sesc AM. Devido aos protocolos de segurança contra a disseminação da covid-19, o acesso não estará aberto ao público e será restrito aos familiares e amigos.

“Pedimos ao público que as homenagens sejam através de orações e no traslado do corpo entre a unidade Balneário do Sesc e o cemitério São João Batista, onde será feito o sepultamento às 17h. O cortejo será feito com batedores da polícia militar e em caminhão do corpo de bombeiros”, diz o texto.

O Governo do Estado do Amazonas também expressou condolência a família e lamentou a morte do artista. “Perdemos hoje um dos principais ícones do Amazonas. Com sua voz única e carisma sem igual, Zezinho Corrêa representou nossas raízes e cultura mundo afora. Que Deus o receba com glórias em sua morada e conforte os corações de familiares, amigos e fãs”, escreveu o governador do Amazonas, Wilson Lima, em suas redes sociais.

“Hoje perdemos um grande artista, um artista que certamente deixa seu nome marcado na história da cultura do nosso Estado. Um dos nossos maiores representantes, que levou o nome e a Cultura do Amazonas para o mundo inteiro, através de seu talento, de seu carisma e de sua voz encantadora. Perco também um grande amigo, uma pessoa que faz parte da minha história como artista e como ser humano. Nosso coração se entristece, o céu certamente o recebe com alegria e o Amazonas fica um pouco mais triste”, destaca o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz.

O prefeito de Manaus David Almeida também lamentou a morte de Zezinho. “O coronavírus calou hoje uma das principais vozes da nossa cultura. Aos familiares, amigos e fãs de Zezinho Corrêa, toda a nossa solidariedade. Que Deus seja o conforto nesse momento de dor. Com a sua partida, reforço a todos os manauaras o alerta: vamos nos proteger e cuidar de quem amamos. A pandemia ainda não passou. Que Deus abençoe a todos”, afirmou o prefeito.

O vice-prefeito, Marcos Rotta, também lamentou a morte do cantor e afirmou que seu nome está marcado para sempre na história da cultura amazonense. “Esse vírus traiçoeiro silenciou uma grande voz do Amazonas, um artista que levou alegria, cultura regional e o nome do Estado para todo o Brasil e até rompeu as fronteiras nacionais, conquistando outros países. Seu nome para sempre estará marcado na história da cultura amazonense. Rogo a Deus, misericordioso, que dê entendimento e conforto no coração de familiares e amigos”, disse o vice-prefeito Marcos Rotta.

O diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira, também se solidariza com os familiares e amigos do artista e reconhece essa enorme perda para a cena cultural da capital.

“Zezinho nos deixa com saudades, mas com a certeza de que sua marca na cultura amazonense será eterna. Por meio do seu talento, seu carisma levou a música de Manaus ao mundo e, nós, como cidadãos amazonenses somos gratos a isso. Seu nome está gravado na história da Manauscult como um grande parceiro colaborador e incentivador da nossa cultura”, destacou Alonso.

 Trajetória

Conhecido como líder do grupo Carrapicho, Zezinho Corrêa estava internado desde o início de janeiro lutando contra a doença. Ao longo de sua vida, o cantor se caracterizou por ser um artista ativo, com vasta experiência na música e nas artes cênicas, e sempre demonstrando um intenso carinho com o público.

Nascido em Carauari (AM), o artista iniciou a carreira como ator, depois de fazer um curso de formação no Rio de Janeiro. Zezinho atuou em diversos musicais até investir na carreira de cantor e, em meados da década de 1980, formar o grupo Carrapicho, junto com os músicos Roberto Bopp e Nill Cruz.

Com um repertório composto por MPB, forró e toadas de boi-bumbá, o grupo fez sucesso principalmente com o hit “Tic, Tic, Tac”, o que os levou a palcos internacionais na década de 1990, em uma turnê pela Europa que também lhes rendeu diversos discos de platina.

Zezinho também investiu em carreira solo, produzindo projetos musicais. Entre os destaques estão a sua participação no musical “Boi de Pano”, durante o Festival Amazonas de Ópera de 2000; a gravação do seu CD solo no ano de 2001, no Teatro Amazonas e a participação no musical de Natal “Ceci e a Estrela”, em 2017.

Nos últimos anos, a banda foi presença constante em eventos da Prefeitura de Manaus, como a festa anual de aniversário da cidade no Boi Manaus, o Festival Passo a Paço e o Festival Folclórico do Amazonas, além de ter presenteado a cidade com uma releitura especial de “Tic, Tic, Tac” para divulgar a capital amazonense como destino turístico no festival Rock in Rio.

Zezinho Corrêa também servidor do Sesc Amazonas, onde chegou a assumir a coordenação do Departamento Cultural. Em dezembro de 2020, foi lançada sua biografia “Eu quero tic, tic, tac”, escrita pelo jornalista Fabrício Nunes.

Zezinho deixa como legado seu indelével trabalho nas artes, seja na música, no teatro ou na articulação cultural, e imensas saudades para todos os fãs que o conheceram e se encantaram com sua voz e a força do tambor que batia.

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