SAÚDE

Missão de reforço no combate à Covid-19 chega às aldeias Yanomami e Leste de Roraima

Nova ação interministerial leva atendimento médico, insumos e testes para indígenas da região de fronteira do país. 

Comunidades indígenas do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami e Leste de Roraima recebem, entre os dias 20 e 25 de outubro, nova missão conjunta de reforço no combate à Covid-19. As equipes do Ministério da Saúde, por meio da Secretária Especial de Saúde Indígena (SESAI), e do Ministério da Defesa estão levando atendimento médico e insumos às populações indígenas nas áreas de fronteira do país. Cerca de 3.971 indígenas das aldeias que pertencem ao Polo Base Auaris serão beneficiados e receberão insumos, medicamentos, além de testes para a Covid-19. Segundo o secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, o objetivo é atender indígenas dos dois distritos, de forma ampla. “No Leste Roraima, a Sesai atuará com uma equipe própria e, no lado Yanomami, a Sesai atuará em parceria com profissionais do Ministério da Defesa. Além do enfrentamento da Covid, a missão levará atendimento especializado para combate da malária”, destaca. 

Essa é a 15ª missão interministerial para reforçar à assistência e auxiliar no enfrentamento à Covid-19 entre indígenas. De acordo com o secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, a previsão é fazer o atendimento médico de pelo menos 1,5 mil pessoas no período da missão. “Estão indo equipes de profissionais para atender a população, particularmente na área de fronteira. São máscaras, aventais, luvas e outros itens importantes para o atendimento dos indígenas, que ficarão nessas localidades, incluindo, também, medicamentos”, destacou o secretário da SESAI.

No DSEI Yanomami 26 profissionais de saúde das Forças Armadas reforçarão o atendimento aos indígenas da região, trabalhando em parceria com as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde. Atualmente, a região conta com 1.762 profissionais de saúde da SESAI realizando o atendimento de Atenção Primária aos indígenas nas aldeias, sendo 725 profissionais no DSEI Yanomami e 1.037 no DSEI Leste de Roraima. São médicos, farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem, agentes de saúde e saneamento, entre os profissionais da área. 

No DSEI Yanomami a população indígena é de, aproximadamente, 28 mil pessoas. São duas etnias (Yanomami e Yekuana) e 366 aldeias em um território de 96,6 mil m². A população local conta com 78 Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI); 37 Polos Base e 1 Casa de Saúde Indígena (CASAI). Já no DSEI Leste de Roraima são, aproximadamente, 52 mil indígenas de sete etnias em uma área de 69, 7 mil km². São 285 UBSI, 34 Polos Base e 1 CASAI prestando atendimento à população indígena.

Equipe de saúde volante

Oito profissionais de saúde foram contratados, por edital, pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, para atuar em situações que necessitam de resposta rápida do governo federal em área indígena. São 2 médicos, 3 enfermeiros e 3 técnicos de enfermagem à disposição da SESAI que vão prestar apoio aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) durante a pandemia causada pela Covid-19 e em outras situações que necessitem de reforço, como atuação em áreas endêmicas e em campanhas de vacinação.

Em Roraima, essa equipe vai atuar no DSEI Leste de Roraima, para isso receberam treinamento sobre o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SASI/SUS), a Política Nacional de Atenção à Saúde Indígena dos Povos Indígenas, a estrutura da SESAI e o enfretamento da Covid-19. 

No total, a SESAI autorizou a contratação de 34 equipes de resposta rápida para atuar em cada um dos DSEIs em situações de emergência. As equipes compostas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem ficam disponíveis 24 horas para partir para o território indígena que apresentar, eventualmente, um aumento de casos repentino, reforçando assim o trabalho das equipes multidisciplinares de saúde indígena que já se encontram atuando normalmente nas aldeias.

O que já tem sido feito

Ao longo do período da pandemia, o Ministério da Saúde tem desenvolvido estratégias para aprimorar o atendimento e uma das mais recentes é a criação da Unidade de Atenção Primária Indígena (UAPI). As unidades fortalecem os serviços de Atenção Primária à saúde indígena no atendimento desta população proporcionando o acolhimento dos casos suspeitos de Síndrome Gripal (SG) e identificação precoce de casos de Covid-19. Além disso, já foram instaladas alas indígenas em hospitais de Manaus (AM) e Macapá (AP), Vale do Javari, Pará (Belém, Marabá, Santarém) e Roraima (Boa Vista). 

Também foi elaborado um Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo coronavírus em Povos Indígenas que detalha como as equipes de saúde devem agir conforme cada caso. Os DSEI também elaboraram seus respectivos Planos de Contingência Distritais para as diferentes situações de enfrentamento da Covid-19, respeitando as características de cada povo e suas necessidades específicas. Todo esse planejamento e estudo antecipado resultam em atendimentos rápidos e eficientes executados diretamente nas aldeias. 

Em todos os casos, as equipes dos DSEI têm agido dentro do previsto no planejamento e realizado o isolamento de infectados, casos suspeitos e a transferência para a rede pública estadual e municipal dos pacientes que necessitem de suporte especializado em hospitais. Para isso, a SESAI emprega uma grande frota de veículos, embarcações e aeronaves para levar os indígenas em segurança até as cidades mais próximas que ofereçam o atendimento necessário. 

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