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Nova fase da Operação Sangria apura irregularidades e prende cinco, incluindo ex-secretário e empresário

Investigações apontam fraudes na compra de respiradores durante a pandemia. Na ação, cinco mandados de prisão temporária e de 11 de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Manaus

O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida (PTB), é um dos alvos nesta quinta-feira (8/10) da segunda a fase da Operação Sangria, que investiga desvios em recursos da Saúde no estado. A operação da Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Nesta segunda fase, as investigações apontam para o possível envolvimento de agentes públicos do Amazonas nas irregularidades investigadas, inclusive com indícios de recebimento de vantagens indevidas para direcionamento da escolha do fornecedor dos respiradores para tratamento de pacientes infectados pelo novo coronavírus .

Na ação, cinco mandados de prisão temporária e de 11 de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Manaus. Entre as prisões decretadas estão a do ex-secretário de Saúde do estado, Rodrigo Tobias, e da ex-secretária executiva da pasta, Daiana de Souza. Há ainda outras três pessoas da cúpula do estado que não tiveram a identidade revelada.

Além de prisão e buscas, as medidas cautelares incluem o sequestro de bens e valores de seis investigados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e também por promover a dispensa de licitação fora das hipóteses previstas em lei.

“O Amazonas já recebeu cerca de R$ 546 milhões repassados pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) em 2020. Desse valor, R$ 168.756.854,49 são especificamente para combate à covid-19. A má aplicação desses recursos, em um momento tão delicado como o atual, é extremamente prejudicial para a sociedade, que já está sendo bastante afetada pelos efeitos da pandemia”, diz nota divulgada pela CGU.

Em nota, o Governo do Amazonas informa que vem contribuindo com a apuração dos fatos pela Polícia Federal e órgãos de controle “e que a ação de busca e apreensão, desencadeada nesta quinta-feira (8/10), envolve, em grande parte, pessoas que já não fazem mais parte da estrutura de Governo, bem como servidores que não atuam como ordenadores de despesas ou tenham poder de decisão na estrutura do Estado ou da investigação em questão”.

O Governo do Estado reitera também que tem atuado de forma transparente e que confia na Justiça.

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