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Prefeitura inicia transferência de cerca de 170 indígenas warao para novo abrigo

Até o final do mês será realizada uma nova ação de desmobilização gradativa, de acordo com as recomendações do Ministério da Cidadania, reduzindo assim os riscos de contágio pelo novo coronavírus

Prefeitura de Manaus deu início nesta terça-feira, 14/7, ao processo de desmobilização gradativa de 172 indígenas venezuelanos da etnia warao para um novo abrigo localizado em um sítio no bairro Tarumã- Açu, zona Oeste. Nesse primeiro momento, as 35 famílias transferidas foram as que estavam abrigadas nos dois espaços de acolhimento provisório no bairro da Compensa e no bairro do São Jorge, ambos também na zona Oeste.

A mudança faz parte do plano de desmobilização gradativa do período emergencial da pandemia de Covid-19, coordenado pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), onde cinco espaços de acolhimento provisórios e uma área de isolamento para indígenas warao foram implantados como medida emergencial, no intuito de conter o avanço da doença na população vulnerável de refugiados. Serão dois novos espaços localizados no mesmo bairro do Tarumã-Açu, para atender os indígenas venezuelanos.

“Essa ação mostra como a gestão do prefeito Arthur Virgílio Neto é transparente e eficaz. Agradecemos ainda a presidente do Fundo Manaus Solidária, a primeira-dama Elisabeth Valeiko, pelo suporte dado para que possamos dar oportunidades a essas pessoas que vieram de outro país e aqui nesse espaço terão uma estrutura adequada para moradia”, disse a titular da Semasc, Suzy Zózimo.

O abrigo tem uma área de seis mil metros quadrados e contará com três redários, 22 banheiros, refeitório para 120 pessoas sentadas, quadra de esporte, cisterna de 200 mil litros para abastecimento, salão de reunião para 200 pessoas sentadas e prédio com área administrativa – sala de escuta qualificada, atendimento psicossocial, sala de coordenação, sala de reunião e sala compartilhada entre os parceiros. O espaço está localizado em uma área verde com local para organização comunitária das mulheres waraos artesãs.

A ação contou com apoio de agências das Nações Unidas, como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur); a Organização Internacional para Migrações (OIM); o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef); e o Fundo de Populações das Nações Unidas (Unfpa). Apoiaram, também, instituições da sociedade civil, como o Instituto Mana, ADRA e Aldeias Infantis SOS.

“Dentro desse contexto de deslocamento e pandemia de Covid-19, a Acnur tem trabalhado para assegurar que todos os refugiados possam ter o acolhimento adequado. Além de proporcionar condições adequadas de abrigamento para a população indígena, o novo abrigo contribui para o resgate da coletividade e valorização da cultura warao, por meio de espaços amplos e do contato com a biodiversidade da região”, explica a assistente sênior de proteção da Acnur, Juliana Serra.

O espaço terá acompanhamento por meio de equipe multidisciplinar com apoio de agências da ONU e parceiros implementadores. O indígena integrante do comitê interno de saúde, Marcelino Moraleda, 34, se mostrou satisfeito com o novo espaço. “Estamos vindo para um lugar para se conviver com a família. Agradecemos a Semasc e a todas as organizações que estão nos apoiando com saúde, alimentação, educação e estamos orgulhosos com este novo abrigo que tem excelente estrutura”, contou.

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