REGIÃO AMAZÔNICA

Estudo aponta estabilidade dos casos da Covid-19 na Região Metropolitana de Belém

As últimas projeções estatísticas feitas para a região metropolitana apontam que está começando um período de estabilidade no número de contágio e óbitos decorrentes da Covid-19.

Os números de casos confirmados e casos de óbitos causados pela Covid-19 na Região Metropolitana de Belém alcançaram o nível de estabilidade e apresentam tendência de queda. É o que afirma um estudo realizado pelas Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Universidade Federal do Pará (UFPA) com apoio do governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Fundação Amazônia de Apoio a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará (Prodepa). O último Relatório Técnico do estudo foi divulgado no sábado (23).

O titular da Sectet e presidente da Fapespa, Carlos Maneschy, ressalta que o estudo é uma contribuição científica que possibilita ao governo tomar as medidas necessárias, ajustando e direcionando os recursos para as áreas onde há maior necessidade.

“As últimas projeções estatísticas feitas para a região metropolitana apontam que está começando um período de estabilidade no número de contágio e óbitos decorrentes da Covid-19. Mostramos as tendências e projeções ao governo que a partir daí pode tomar suas decisões”, enfatiza o secretário, que também participa do grupo de pesquisa.

O reitor da Ufra, Marcel Botelho, destaca que o grupo de pesquisa havia feito uma previsão no início de abril mostrando que o pico da doença seria entre final de abril e início de maio. “Essa previsão se concretizou. Nós rodamos o modelo epidemiológico novamente e verificamos que o pico da doença foi entre 20 de abril e primeiro de maio. Os dados confirmados já mostram essa tendência de curva e o modelo rodado também mostra essa tendência de queda no número de casos e no número de óbitos”, enfatizou.

Foto: Divulgação

Pesquisa – O estudo é realizado por uma equipe interdisciplinar formada por profissionais das áreas da Saúde, Engenharia, Biologia Computacional, Modelagem Matemática e Inteligência Computacional. Sob a coordenação da Pró-Reitoria de Extensão da Ufra, a pesquisa utiliza a inteligência artificial para criar Redes Neurais Artificiais (RNA’s), que são processamentos de dados e softwares de computador. “Por uso de inteligência artificial, no uso de algoritmos de aprendizagem, as RNA’s modelam um fenômeno da realidade em funções matemáticas e assim podem estimar sobre fenômenos desconhecidos como é o caso do coronavírus”, explica o pró-reitor adjunto de extensão da Ufra, Jonas Castro.

As Redes Neurais da pesquisa recebem informações a partir dos dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) sobre os casos confirmados da doença e número de mortes, além de informações sobre o sistema de saúde, como número de leitos de UTI, quantidade de profissionais, taxa de ocupação de leitos, etc. O estudo também identificou os padrões comportamentais da sociedade.

foto: Divulgação

O primeiro estudo realizado fez uma previsão de curto prazo dos casos de contágio e letalidades para um período de 30 dias, a contar de 18/03, data da primeira ocorrência de Covid-19 no Estado. Segundo o relatório, no segundo momento, visando uma maior precisão das previsões, o modelo foi reajustado para estimativas de sete dias. Os resultados estão relacionados no Projeto de Extensão Universitária “Informes sobre o Comportamento da Covid-19 utilizando Modelagem Matemática e Inteligência Computacional no estado do Pará”, que já tem dois boletins publicados (veja aqui). 

Ações administrativas – O pró-reitor da Ufra destaca ainda que o estudo é baseado em dados reais, por isso as previsões são afetadas pelo comportamento da população em relação ao isolamento social. “Quanto maior o isolamento social, menos pessoas contaminadas e, consequentemente, menor o número de mortes. Também influenciam no resultado previsto as ações tomadas pelo governo na área da saúde”, ressalta o professor.

Foto: Divulgação

Isso está comprovado no relatório divulgado recentemente quando o número real de óbitos foi menor que o previsto no período de 15 a 20 de maio. Os pesquisadores apontam no relatório que essa redução reflete também o resultado de ações tomadas pela administração pública, “como a transformação dos serviços na Policlínica para o atendimento exclusivo da Covid-19 e a abertura do Hospital Regional Abelardo Santos para pronto atendimento de porta aberta, nos quais além do atendimento médico foram também disponibilizadas medicações para o tratamento da doença em situações que não requeressem internação”.

O professor Jonas Castro informa que com o apoio da Sectet e da Sespa agora o estudo irá fazer projeções para as microrregiões do estado e começar a trabalhar também com os números dos municípios.

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