DESTAQUEMEIO AMBIENTE

Secas e cheias extremas ameaçam subsistência de populações tradicionais na Amazônia

Comunidades indígenas e ribeirinhas convivem com eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes; adaptação será tema central da COP30

Manaus — Secas severas e cheias históricas estão se tornando a nova normalidade para comunidades indígenas e ribeirinhas do Amazonas, que enfrentam prejuízos constantes na agricultura de subsistência, na pesca, no transporte fluvial e no acesso à água potável e saneamento. A constatação aparece em relatório divulgado nesta quinta-feira (11/9) pela agência Amazônia Real, com foco nos impactos sociais das mudanças climáticas na região.

Em 2023, o estado enfrentou a pior seca já registrada, com rios atingindo níveis até 6 metros abaixo da média histórica. Em 2024, a situação se inverteu com cheias acima da cota de inundação em mais de 40 municípios. Famílias perderam plantações inteiras em poucos dias e muitas casas foram destruídas.

Amazônia no centro da pauta climática global

A vulnerabilidade amazônica será um dos temas da COP30, em Belém, prevista para dezembro. O encontro reunirá 190 países e deve priorizar políticas de adaptação climática, especialmente para regiões em que os extremos já comprometem a segurança alimentar e a permanência de populações tradicionais em seus territórios.

Pesquisadores defendem a criação de um plano estadual de adaptação climática, com ações como elevação de moradias ribeirinhas, construção de estradas resilientes a alagamentos, implementação de seguros agrícolas e pesqueiros, e fortalecimento da saúde básica para enfrentar doenças associadas ao clima.

Dados para o leitor

O Amazonas teve 57 municípios em situação de emergência por seca em 2023 e 42 por cheia em 2024.

Mais de 500 comunidades indígenas e ribeirinhas foram diretamente afetadas.

O estado perdeu 70% da produção de mandioca em algumas áreas durante a seca de 2023.

O governo federal prevê R$ 2 bilhões para adaptação climática na Amazônia até 2026.

Da Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo