Lula celebra cessar-fogo em Gaza e diz que a diplomacia ainda é “a arma mais poderosa da humanidade”
Presidente brasileiro defende que o diálogo volte a ocupar o centro das decisões internacionais e vê na trégua entre Israel e Hamas uma oportunidade de reconstrução humanitária.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta segunda-feira (13), que o cessar-fogo anunciado em Gaza representa “um respiro de humanidade” após meses de devastação e perda de vidas civis. Em mensagem publicada nas redes sociais, Lula destacou que, embora tardia, a trégua abre espaço para o que chamou de “chance real de paz” no Oriente Médio.
“Antes tarde do que nunca. Que essa trégua seja o começo de um entendimento duradouro”, escreveu o presidente, ao comentar o anúncio da suspensão das ofensivas.
Um respiro em meio ao colapso humanitário
O cessar-fogo temporário, mediado por organismos internacionais e apoiado por diversas nações, inclui o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, a libertação de reféns e a interrupção dos bombardeios. Para Lula, o acordo é o primeiro passo para devolver dignidade às populações afetadas pela guerra.
O presidente ressaltou que nenhuma causa política pode justificar a destruição de vidas inocentes e que o mundo precisa “reaprender a ouvir e negociar antes de atacar”. A posição brasileira, segundo o Itamaraty, é de apoio à retomada imediata das negociações de paz sob mediação da ONU, com foco na solução de dois Estados — Israel e Palestina — convivendo em segurança e soberania.
Diplomacia como caminho e não como exceção
Lula reiterou que a diplomacia não pode ser apenas um recurso de última hora, mas um princípio ativo da convivência entre nações. Para ele, os recentes conflitos — da Europa ao Oriente Médio — demonstram que a ausência de diálogo custa mais caro do que qualquer concessão política.
Durante as últimas cúpulas internacionais, o presidente brasileiro defendeu a reconstrução de uma nova arquitetura de paz global, em que países em desenvolvimento também tenham voz nos grandes fóruns multilaterais. O Brasil, que atualmente integra o Conselho de Segurança da ONU como membro não permanente, tem reforçado seu papel de mediador e promotor do direito humanitário internacional.
“A diplomacia é a arma mais poderosa da humanidade. É por ela que se evita o sofrimento e se reconstrói o futuro”, declarou Lula em um dos seus discursos recentes sobre o tema.
Brasil e o retorno ao protagonismo pacifista
A reação brasileira ao cessar-fogo em Gaza reafirma uma linha histórica da política externa do país: a defesa do multilateralismo, da autodeterminação dos povos e da busca pela paz por meios diplomáticos. Desde o início da guerra, o governo brasileiro condenou os ataques contra civis e cobrou uma resposta coordenada da comunidade internacional.
A chanceler brasileira, em nota divulgada nesta segunda-feira, reforçou que o cessar-fogo deve ser “um ponto de virada” e não apenas uma pausa tática. O Planalto avalia que o papel do Brasil nos próximos meses será o de articular, junto a parceiros árabes e europeus, ações humanitárias e canais de reconstrução civil nas áreas mais afetadas.
Entre o ideal e o possível
Para Lula, o desafio agora é transformar o cessar-fogo em um processo de paz real e duradouro. O presidente lembrou que acordos frágeis não resistem sem compromisso político e sem compaixão humanitária.
“A paz não se decreta, se constrói. E o mundo só reencontrará o caminho da razão quando a vida humana voltar a valer mais que o território”, afirmou.
O tom da fala do presidente reflete o reposicionamento internacional do Brasil, que volta a se projetar como uma voz do diálogo num cenário global dominado pela polarização e pelo medo.
Da Redação, com informações oficiais do Governo Federal e organismos internacionais.