DESTAQUEPOLÍCIA

Operação Quimera Fiscal mobiliza Manaus no enfrentamento a fraudes contra o Fisco

Receita Federal e Polícia Federal desarticulam esquema de créditos falsos que causou prejuízo de R$ 244 milhões em 14 estados, incluindo o Amazonas

Manaus foi palco, nesta quarta-feira (10/9), do lançamento da Operação Quimera Fiscal, ação conjunta da Receita Federal e da Polícia Federal que desarticulou um sofisticado esquema de fraude em compensações tributárias. As investigações apontam um rombo de aproximadamente R$ 244 milhões aos cofres públicos, com atuação em 14 estados, entre eles o Amazonas.

O esquema funcionava por meio de uma consultoria fantasma que oferecia às empresas facilitação na “recuperação” de créditos fiscais inexistentes. Para isso, adulterava Guias de Recolhimento da União (GRUs) e outros documentos, inserindo valores distorcidos que eram usados como justificativa em Declarações de Compensação (DCOMP). Em troca, os fraudadores cobravam até 70% do valor supostamente compensado e escondiam os lucros com a compra de imóveis e bens de luxo — caracterizando também lavagem de dinheiro.

Alcance nacional e presença em Manaus

A operação teve cumprimento de mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Manaus, além de municípios como Santana de Parnaíba (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porto Alegre (RS). Ao todo, foram identificados 187 contribuintes envolvidos, distribuídos em 65 cidades de 14 unidades da Federação.

O nome “Quimera Fiscal” faz referência à criatura mitológica que mistura partes de diferentes animais, simbolizando a aparência ilusória que os criminosos buscavam dar aos documentos falsos.

Amazônia na rota da fraude tributária

Embora de alcance nacional, a operação evidencia também a vulnerabilidade da região amazônica a crimes tributários, sobretudo no campo de créditos e compensações fiscais. A inclusão do Amazonas na investigação reforça o entendimento de que a região precisa de mais atenção no combate à fraude fiscal, dado o peso estratégico da Zona Franca e das cadeias produtivas regionais.

Justiça fiscal e competitividade

Mais do que um ato repressivo, a Operação Quimera Fiscal evidencia a urgência em modernizar os mecanismos de fiscalização no Brasil, apostando em sistemas automatizados, inteligência artificial e transparência.

Especialistas destacam que a sonegação não apenas reduz a capacidade do Estado de investir em políticas públicas essenciais, como também mina a competitividade das empresas idôneas, criando distorções que penalizam os empreendedores que cumprem suas obrigações. No Amazonas, esse desequilíbrio pode significar menos investimentos, mais desigualdades e maior fragilidade no tecido econômico e social.

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