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Dragagem no Rio Madeira garante logística na seca e fortalece economia amazônica

Obra conduzida pelo DNIT em trechos críticos do rio assegura abastecimento, escoamento da produção agrícola e reduz riscos ambientais para comunidades da região.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) avança na dragagem dos pontos críticos do Rio Madeira, uma das hidrovias mais estratégicas do país. Após concluir os trabalhos no trecho Salomão-Fausto, entre Porto Velho (RO) e Humaitá (AM), as dragas já estão em operação no passo de Miriti, entre Humaitá e Manicoré (AM), com o objetivo de manter a navegabilidade durante o período de estiagem severa que atinge a Amazônia.

A ação, além de prevenir encalhes e acidentes, garante a continuidade do tráfego de embarcações responsáveis pelo transporte de combustíveis, insumos e alimentos para comunidades ribeirinhas e centros urbanos da região. O Rio Madeira é considerado um dos principais corredores logísticos do país, ligando o coração da Amazônia ao eixo de exportação nacional.

Reflexos econômicos

A dragagem tem impacto direto sobre a economia da Amazônia. Estados como Amazonas, Rondônia e Acre dependem do Rio Madeira para o escoamento da produção agrícola, sobretudo grãos e carne, destinados a mercados nacionais e internacionais. O atraso ou interrupção desse transporte encarece o frete, afeta a competitividade e pode comprometer o abastecimento interno.

No Amazonas, a hidrovia é vital para a chegada de insumos que abastecem o Polo Industrial de Manaus (PIM). Já em Rondônia, a produção de soja e milho encontra no Madeira a principal rota para alcançar os portos do Arco Norte. A dragagem, portanto, representa uma medida emergencial que protege empregos, mantém o fluxo de mercadorias e contribui para estabilizar preços em um período de instabilidade climática.

Dimensão ambiental

Do ponto de vista ambiental, a dragagem reduz os riscos de acidentes fluviais que poderiam causar grandes impactos ao ecossistema, como derramamentos de combustíveis e óleos no rio. Ao mesmo tempo, exige monitoramento constante para minimizar a suspensão de sedimentos que afetam a fauna aquática e a qualidade da água.

O DNIT afirma que os trabalhos seguem protocolos técnicos e ambientais, buscando equilibrar a necessidade logística com a preservação da biodiversidade. Especialistas, no entanto, alertam que a dragagem deve vir acompanhada de políticas mais amplas de adaptação às mudanças climáticas, que têm intensificado os períodos de estiagem e enchentes na região.

Integração e futuro

A manutenção da navegabilidade no Rio Madeira não é apenas uma ação emergencial: é um investimento estratégico para o futuro da Amazônia. Ao garantir que a hidrovia siga funcionando mesmo nos meses mais críticos, o governo federal preserva cadeias produtivas, fortalece a integração entre estados e assegura que a floresta continue sendo um território de circulação, vida e desenvolvimento.

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