Projeto inédito une CBA, Sidia e Idesam para impulsionar o Distrito Agropecuário da Suframa
Parceria busca conectar setor primário à indústria da Zona Franca e fortalecer bioeconomia com rastreabilidade, restauração ecológica e inovação sustentável
Um novo capítulo no desenvolvimento sustentável da Amazônia começou a ser escrito nesta quarta-feira (23/7), com a apresentação de um projeto estratégico à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A iniciativa, conduzida pelo Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), pelo Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia e pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), visa transformar o Distrito Agropecuário da Suframa (DAS) em um elo ativo e inovador entre o setor primário e o Polo Industrial de Manaus (PIM).
Com duração de três anos e estrutura dividida em quatro etapas, o projeto aposta na bioeconomia como vetor de integração e desenvolvimento territorial. A primeira fase prevê o mapeamento de soluções produtivas já existentes no DAS e a aceleração de iniciativas com potencial de escala e impacto socioambiental.
Bioeconomia com rastreabilidade e impacto direto na indústria
Entre as frentes tecnológicas e produtivas do projeto estão o fortalecimento de cadeias da sociobiodiversidade amazônica — como a produção de óleos, extratos, manteigas e fibras — com mecanismos de rastreabilidade e repartição de benefícios. Também estão previstas ações de monitoramento ambiental com uso de tecnologias de ponta, como bioacústica e DNA ambiental (eDNA), além da produção de insumos ecológicos como mudas de espécies nativas e biofertilizantes para restauração de áreas degradadas.
“É uma ação conjunta que reúne a experiência de mais de 20 anos do CBA e a expertise do Sidia e do Idesam, com o objetivo de conectar o DAS às demandas da indústria e impulsionar a bioeconomia regional”, destacou Carlos Henrique Carvalho, diretor de Bionegócios do CBA.
Zona Franca mais integrada e sustentável
A proposta marca uma inflexão importante na estratégia da Suframa. “Durante muito tempo, o foco esteve quase exclusivamente na indústria. Projetos como esse nos ajudam a valorizar o potencial do Distrito Agropecuário e a construir uma Zona Franca mais integrada e diversificada”, afirmou o superintendente da autarquia, Bosco Saraiva.
A reunião também contou com a participação do superintendente-adjunto Executivo, Luiz Frederico Aguiar, além de representantes das instituições proponentes: Emjen Jomaa e José Renato Santiago (CBA), Samy Assi (Sidia), Karol Barbosa (Idesam) e Roberto Garcia (Fundação UEA).
Conexão com o futuro da Amazônia
A proposta reforça o papel estratégico do Distrito Agropecuário da Suframa como território de inovação verde, onde é possível conciliar geração de renda, preservação ambiental e desenvolvimento industrial. Ao conectar os saberes da floresta às tecnologias emergentes, o projeto aponta caminhos concretos para um modelo de Zona Franca que não apenas resiste às pressões externas, mas se reinventa a partir das potências locais.