EMPREENDEDORISMOREGIÃO AMAZÔNICA

Flores do conhecimento transformam vidas na comunidade ribeirinha do Livramento

Oficina de arte botânica promove geração de renda, resgate cultural e valorização do saber tradicional de mulheres amazônidas

Mulheres da comunidade Nossa Senhora do Livramento, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé, zona rural ribeirinha de Manaus, estão vivenciando uma experiência que une ciência, cultura e empreendedorismo. A “Oficina de Arte Botânica – Flores do Livramento” oferece a elas a oportunidade de aprender técnicas de herborização, coleta sustentável de espécies vegetais e montagem artística de plantas com identificação popular e científica.

A atividade, que se estende por três finais de semana, alia teoria e prática. As participantes recebem noções básicas de botânica, realizam coletas éticas em campo — respeitando o ciclo de vida das espécies, a quantidade mínima e evitando plantas ameaçadas — e executam a prensagem, secagem e montagem das peças botânicas. As aulas também incluem rodas de conversa para o resgate de saberes tradicionais sobre o uso das plantas na região, fortalecendo a identidade cultural e a valorização dos conhecimentos ancestrais.

Renda, autonomia e valorização da cultura local

O objetivo central do projeto é gerar novas possibilidades de renda para as mulheres do Livramento, incentivando-as a agregar valor ao artesanato já produzido na comunidade com a aplicação dos conhecimentos adquiridos na oficina. A proposta busca fortalecer a autonomia econômica das participantes e, ao mesmo tempo, preservar e difundir a rica relação dos povos ribeirinhos com a biodiversidade amazônica.

Instrutoras e realização do projeto

As aulas são conduzidas por Deisy Saraiva, bióloga especialista em taxonomia de bromélias e integrante do Herbário da Universidade Federal do Amazonas (Huam), e por Maira Anália Duarte de Souza, professora da UFAM com experiência em botânica aplicada e extensão comunitária. As atividades acontecem no espaço ArteNaMata Cultura, do artista visual e morador da comunidade, Zeca Nazaré.

A iniciativa é uma realização da Dabacuri Produções e foi contemplada pelo Edital da Lei Paulo Gustavo, executado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Conselho Estadual de Cultura (Conec) e Ministério da Cultura (MinC). O projeto simboliza como o conhecimento científico, aliado aos saberes tradicionais, pode florescer em oportunidades de transformação social e econômica para as populações amazônidas.

Fotos: Divulgação

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