DESTAQUEMEIO AMBIENTE

Manaus se torna referência mundial na educação climática e conecta Amazônia a países de língua portuguesa

Educação climática ganha força em Manaus e une povos da Amazônia a dez países em defesa do meio ambiente

Manaus se tornou o epicentro da educação climática no mundo lusófono. Com a presença de mais de 1.2 mil participantes de países como Angola, Moçambique, Portugal, Cabo Verde e Brasil, o VIII Congresso Lusófono de Educação Ambiental iniciou nesta segunda-feira (21/7), abordando o papel da educação como ferramenta estratégica para combater a crise climática.

A cerimônia de abertura contou com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que reforçou o compromisso do Brasil em liderar políticas de educação socioambiental. “Educação é o caminho para preparar esta e as futuras gerações para os desafios climáticos do presente”, declarou.

Pela primeira vez, o Congresso Lusófono tem a Amazônia como tema central. Educadores, pesquisadores e líderes comunitários discutem práticas de educação ambiental que valorizem saberes tradicionais, promovam justiça climática e incentivem protagonismo juvenil, principalmente em comunidades indígenas e ribeirinhas.

“A Amazônia não é só um bioma ameaçado, é uma escola viva de resiliência e conhecimento”, afirmou o educador angolano José Manuel, participante do evento. Ele destacou o potencial das trocas entre países tropicais na construção de políticas sustentáveis.

Manaus ganham destaque

Durante o primeiro dia, escolas públicas de Manaus apresentaram projetos premiados de educação ambiental, incluindo hortas escolares, coleta seletiva, monitoramento de igarapés e ações de reflorestamento urbano.

A professora manauara Jéssica Andrade, da zona Leste da cidade, emocionou a plateia ao relatar como um projeto de compostagem escolar ajudou a reduzir em 70% o lixo em sua comunidade. “Quando a criança aprende a cuidar da natureza, ela transforma também a sua casa, seu bairro”, destacou.

Legado para a COP30

Um dos pontos altos do congresso será a assinatura de uma carta de compromissos, com propostas concretas que serão levadas à COP30 em Belém. Entre elas, estão a criação de uma Rede Lusófona de Educação Climática, o fortalecimento das escolas sustentáveis e o intercâmbio de experiências comunitárias entre países de língua portuguesa.

O coordenador da Rede Brasileira de Educação Ambiental, Pedro Mourão, reforçou: “Não basta proteger a floresta, é preciso educar quem vive nela e quem vive dela”.

O congresso segue até o dia 25 de julho, com oficinas, trilhas ambientais, rodas de conversa e visitas técnicas a projetos socioambientais em Manaus. A expectativa é que o evento deixe um legado concreto de políticas públicas e amplie a valorização da educação como instrumento de transformação socioambiental.

Reportagem do  Valor Amazônico

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