Ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse, é preso por suspeita de planejar fuga internacional
Detenção ocorreu após indícios de que o político teria emitido documentos estrangeiros para deixar o país
O ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse (Agir), foi preso na manhã deste domingo (15/12) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Tocantins. A detenção ocorreu em sua propriedade, a Fazenda Joia Rara, localizada em São Salvador, no sul do estado.
A prisão preventiva foi decretada pela 3ª Vara Criminal de Palmas, após surgirem indícios de que Carlesse estaria planejando uma fuga para o exterior. De acordo com as investigações, o ex-governador teria emitido um passaporte italiano e uma identidade uruguaia, o que levantou suspeitas sobre suas intenções de deixar o país para evitar processos judiciais em andamento.
Em audiência de custódia realizada no domingo (15), a Justiça decidiu manter a prisão preventiva de Carlesse. O juiz Márcio Soares da Cunha, da 3ª Vara Criminal de Palmas, destacou a necessidade de resguardar a instrução criminal e a aplicação da lei penal, evitando que o acusado empreendesse fuga para o exterior.
A defesa de Mauro Carlesse manifestou indignação com a prisão e anunciou que solicitará a revogação da medida, argumentando que o ex-governador sempre esteve à disposição da Justiça e colaborou com as investigações. No entanto, devido ao sigilo judicial, detalhes específicos sobre as acusações não foram divulgados.
Além de Carlesse, o ex-secretário Claudinei Quaresemin também é investigado por envolvimento em esquemas de corrupção. Quaresemin já se encontra preso desde o dia 10 de dezembro, em decorrência de outra operação da Polícia Federal que apura fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Mauro Carlesse governou o Tocantins de 2018 a 2022 e, durante seu mandato, foi alvo de diversas investigações por suspeitas de corrupção e obstrução de investigações policiais. Em outubro de 2021, foi afastado do cargo por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, em março de 2022, renunciou ao mandato.
A prisão do ex-governador representa um desdobramento significativo nas investigações sobre corrupção no estado do Tocantins, evidenciando o esforço das autoridades em combater práticas ilícitas e assegurar a aplicação da justiça.