Rio Negro registra seca histórica com nível de 12,68m, a mais baixa em 121 Anos
A estiagem prolongada afeta diretamente mais de meio milhão de pessoas no Amazonas, gerando impactos severos no transporte, abastecimento e meio ambiente
A cidade de Manaus enfrenta a maior estiagem desde o início das medições, com o rio Negro atingindo um nível de 12,66 metros nesta sexta-feira (4/10), superando o recorde anterior de 12,70 metros registrado em 2023. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), a situação crítica afeta diretamente mais de 25 mil pessoas em comunidades ribeirinhas e urbanas, isolando 46 localidades e colocando outras 83 em risco.
A estiagem prolongada também afetou o funcionamento das escolas ribeirinhas, com a antecipação do envio de mantimentos e recursos para garantir a continuidade do ano letivo.
Para lidar com a crise, a prefeitura de Manaus ativou a operação “Estiagem”, que já atendeu mais de 10 mil pessoas nas primeiras fases. Cestas básicas, água potável, kits de higiene e ferramentas para auxiliar na irrigação estão sendo distribuídos às comunidades mais afetadas, como parte de uma ação humanitária coordenada por várias secretarias municipais. Além disso, foram tomadas medidas emergenciais, como a interdição da praia da Ponta Negra por razões de segurança e a construção de uma ponte provisória na marina do Davi para garantir o acesso seguro às comunidades ribeirinhas durante a seca.
No Porto da Ceasa, longas filas de caminhões têm se formado devido à redução da capacidade de navegação das balsas, que estão transportando menos veículos para evitar acidentes em razão da baixa profundidade dos rios. A situação agrava ainda mais o desabastecimento, elevando os preços de alimentos e combustíveis.
Além disso, a seca está associada ao aumento de queimadas, contribuindo para a degradação ambiental e o agravamento das condições de saúde da população, especialmente com a alta concentração de fumaça no ar. As autoridades locais e federais estão em alerta, buscando soluções para mitigar os efeitos dessa crise hídrica que já é considerada uma das mais severas da história recente da região.
