Defesa Civil do Amazonas reúne setores de energia e combustíveis para tratar da estiagem de 2025
Órgão busca estratégias para garantir abastecimento diante da seca extrema prevista para o estado
A Defesa Civil do Amazonas convocou uma reunião emergencial com representantes do setor energético e de combustíveis para discutir medidas preventivas diante da estiagem severa esperada para 2025. O encontro, realizado em Manaus, reuniu especialistas, gestores de empresas do setor e autoridades governamentais, que debateram estratégias para evitar desabastecimento e impactos econômicos nas cidades mais vulneráveis.
De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), a estiagem deste ano pode ser ainda mais grave do que a de 2023, que afetou fortemente o transporte fluvial, a geração de energia e o fornecimento de combustíveis para municípios isolados.
Durante a reunião, foram discutidos planos de contingência para evitar o agravamento da crise energética e do fornecimento de combustíveis, especialmente em comunidades ribeirinhas e cidades do interior que dependem exclusivamente do transporte hidroviário.
Entre as medidas debatidas estão o monitoramento contínuo dos níveis dos rios para prever impactos no transporte de cargas e no abastecimento de combustíveis; reforço no armazenamento de combustíveis em pontos estratégicos do estado, evitando a escassez em locais isolados; uso de transporte terrestre e aéreo alternativo, caso a navegação nos rios seja severamente afetada; e apoio ao fornecimento de energia em municípios que dependem de usinas termelétricas, garantindo o estoque de óleo diesel e outras fontes de geração.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do Amazonas, a antecipação das ações é fundamental para minimizar os impactos da estiagem.
“O estado já enfrentou situações críticas nos últimos anos, e agora precisamos agir com mais antecedência para evitar colapsos no abastecimento. Nossa prioridade é garantir que as comunidades mais vulneráveis tenham acesso a energia e combustíveis de forma contínua”, afirmou.

Impacto da estiagem
A seca severa pode comprometer a geração de energia em algumas localidades, que dependem de usinas termelétricas alimentadas por combustíveis fósseis. Além disso, a redução dos níveis dos rios pode dificultar a operação de embarcações que transportam combustível e insumos essenciais para o interior do estado.
Empresas do setor elétrico e de combustíveis apresentaram suas próprias estratégias para minimizar os impactos. Algumas delas incluem a ampliação da capacidade de armazenamento e a revisão de contratos de fornecimento para garantir a regularidade no transporte de combustíveis via rodovias.
Além da questão energética, a estiagem pode afetar drasticamente o transporte de mercadorias, encarecendo produtos e dificultando o abastecimento de alimentos e medicamentos. O governo estadual estuda subsídios para amenizar os impactos econômicos e garantir a estabilidade dos preços.
Previsões e alerta para 2025
Especialistas alertam que a seca deste ano pode ser ainda mais intensa devido ao agravamento das mudanças climáticas e ao fenômeno El Niño, que tem causado alterações nos padrões de chuva na Amazônia. Os níveis de alguns rios já apresentam queda acentuada nos primeiros meses do ano, o que preocupa especialistas em recursos hídricos.
Diante desse cenário, a Defesa Civil reforçou a importância de um trabalho conjunto entre os setores público e privado para garantir o abastecimento e reduzir os impactos da crise hídrica. Novas reuniões estão previstas para os próximos meses, e medidas emergenciais poderão ser adotadas conforme a estiagem avançar.
A população também será orientada sobre o uso racional de energia e combustíveis, evitando desperdícios e contribuindo para a redução dos impactos da seca extrema que deve marcar o Amazonas em 2025.